“Segunda semana de dezembro, indiscutivelmente, portanto mais 15 dias”, afirmou à agência Lusa o general Frederico José Rovisco Duarte, após ser questionado sobre a data em que terá os resultados dos inquéritos e da inspeção, no final de uma audiência com o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, em Ponta Delgada.

À pergunta sobre se está preocupado com a eventual repercussão dos resultados dos inquéritos e da inspeção para a imagem dos Comandos e do Exército e, mesmo das Forças Armadas, o general declarou estar convencido de que os portugueses vão perceber que o Exército tem “capacidade de analisar e de corrigir o que está errado”.

“Se houver que corrigir alguma coisa, iremos corrigi-lo. A imagem que resultará há de ser uma imagem de transparência, há de ser uma imagem de rigor e, acima de tudo, uma imagem de eficiência, porque estamos empenhados em esclarecer tudo o que aconteceu e que os novos cursos quando forem autorizados – porque não serão autorizados enquanto eu não tiver os dados todos na minha mão - decorram com segurança e com realidades mais adequadas e mais sensatas”, declarou.

Reconhecendo ser arriscado “fazer vaticínios nesta altura”, o responsável referiu contudo ter “neste momento indícios que há coisas que têm de ser corrigidas e vão ser corrigidas de certeza”.

Já sobre uma avaliação ao número de desistências no 127.º curso de Comandos, com 27 dos 67 candidatos iniciais a decidirem voluntariamente abandonar a formação, o general Frederico José Rovisco Duarte remeteu para a inspeção técnica.

“O Exército tem, neste momento, uma inspeção técnica extraordinária a decorrer que está a ser realizada por uma equipa transversal da Inspeção-geral do Exército. O resultado dessa inspeção, que me vai ser presente muito proximamente, vai debruçar-se sobre esses assuntos todos”, sustentou, exemplificando com a forma como é feito o recrutamento e as provas de seleção ou as estruturas curriculares (referenciais de curso, na linguagem militar).

Para o chefe do Estado-Maior do Exército, essas desistências “é estatística, são fruto das circunstâncias”, notando que “este curso decorreu em circunstâncias muito anómalas”.

O 127.º curso de Comandos, marcado pela morte de dois militares, termina hoje com 14 formandos excluídos por razões médicas, uma tendência que tem aumentado nos últimos anos.

No curso, em que apenas um foi eliminado por não ter passado nas provas de "aptidão técnica", vão receber a boina e o crachá da especialidade 23 dos 67 formandos iniciais, um sargento e 22 praças.

O 127.º curso registou o maior número de desistências dos quatro últimos cursos, com 27 dos 67 candidatos iniciais a decidirem voluntariamente abandonar a formação.

O número de desistências do curso atual, 27, está numa escala que se não se verificava desde 2013, quando houve 34 desistências num total de 108 formandos, e no ano anterior, quando 29 saíram do curso, iniciado por 118 alunos.

O Exército abriu três inquéritos disciplinares e uma inspeção técnica extraordinária sobre os referenciais do curso e o respetivo processo de seleção.

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