Segundo a mesma fonte, as defesas dos detidos estão hoje a consultar 130 páginas do processo referentes aos factos que lhes são imputados, devendo a consulta do processo continuar na manhã de quinta-feira, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.

Hoje apenas deverá ficar concluída a identificação dos cinco detidos.

Na tarde de quinta-feira devem iniciar-se os interrogatórios dos cinco arguidos detidos, não havendo ainda uma ordem determinada para as audições.

A mesma fonte explicou ainda que se pretende dar celeridade ao processo, tendo em conta que há arguidos detidos.

A operação de terça-feira do Ministério Público assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, foram constituídos arguidos.

Segundo documentos a que a Lusa teve acesso, Lacerda Machado terá usado a sua amizade com o primeiro-ministro para influenciar decisões do Governo e de outras entidades relativamente a projetos da sociedade Start Campus.

Além de Magalhães e Silva, advogado de defesa de Diogo Lacerda Machado, entraram também no Tribunal de Instrução Criminal os defensores do presidente da Câmara de Sines, do chefe de gabinete do primeiro-ministro, dos dois administradores da sociedade Start Campus e da empresa de Sines Start Campus.

Este processo visa as concessões de exploração de lítio de Montalegre e de Boticas, ambos em Vila Real; um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e o projeto de construção de um ‘data center’ na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

Deste caso, decorre uma investigação autónoma ao primeiro-ministro, no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos negócios investigados, o que levou António Costa a apresentar a sua demissão ao presidente da República.