O governador interino imposto pela Rússia em Kerhson, Vladimir Saldo, disse no sábado que, entre as pessoas retiradas, 323 eram crianças e 112 pessoas com mobilidade reduzida.

“Cerca de 1.500 pessoas estão em centros de alojamento temporário, 77 pessoas dos territórios afetados foram hospitalizadas em instituições médicas da região”, acrescentou Saldo.

Numa mensagem publicada na plataforma Telegram, o dirigente acusou o exército ucraniano de bombardear áreas onde as autoridades estão a realizar esforços de resgate de pessoas e “outros trabalhos de emergência”.

Também no sábado, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky denunciou o bombardeamento pelo exército russo de vários pontos de retirada de civis das zonas de Kherson controladas por Kiev.

Zelensky admitiu a existência de “ações contraofensivas” do exército ucraniano na frente de batalha sem, no entanto, esclarecer se se trata do grande ataque preparado por Kiev há vários meses.

Vladimir Saldo assegurou que o nível da água continua a descer em Kherson e que as autoridades estão “a trabalhar ativamente” para retirar água das caves de habitações, limpar as ruas e restabelecer o fornecimento de energia e os serviços de saneamento básico.

A empresa hidroelétrica russa, RusHydro, previu no sábado que a água do rio Dnieper volte ao caudal normal a 16 de junho, pelo menos na parte baixa de Kakhovka, onde se encontrava a barragem destruída parcialmente na terça-feira.

A Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente da destruição da barragem, construída no rio Dniepre na década de 1950, que já é considerada um dos maiores desastres industriais e ecológicos da Europa nas últimas décadas.

A situação humanitária na Ucrânia está “extremamente pior” do que antes da destruição da barragem de Kakhovka, com 700 mil pessoas sem acesso a água potável, alertou na sexta-feira o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.

Segundo informações divulgadas também na sexta-feira pelas autoridades ucranianas e russas, as inundações terão provocado já 13 mortos.

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