"A pena capital para Habib Chaab, líder do grupo terrorista Harakat al Nidal, foi executada hoje, sábado (6), durante a manhã", publicou o site oficial da justiça iraniana, Mizan Online. O dissidente foi enforcado, de acordo com o portal.

A justiça confirmou a condenação à morte em 12 de março por "corrupção na Terra, gestão e comando de um grupo rebelde e idealização e execução de várias operações terroristas".

O ministro sueco das Relações Exteriores, Tobias Billstrom, criticou a execução. "A pena de morte é uma punição desumana e irreversível. A Suécia, como a restante UE, condena a sua aplicação em qualquer circunstância", escreveu no Twitter o ministro, cujo país ocupa a presidência semestral da União Europeia (UE).

Tobias Billstrom disse ainda que Estocolmo entrou em contato com Teerão e pediu que a "sentença de morte não fosse executada.

A Suécia tinha iniciado os procedimentos para oferecer assistência consular, mas não conseguiu concretizar o apoio porque o Irão não reconhece a dupla nacionalidade.

A ONG Iran Human Rights (IHR) pediu à "comunidade internacional uma reação veemente" e considerou o julgamento de Chaab como "injusto".

O Irão é o segundo país que executa mais pessoas no mundo, atrás apenas da China, de acordo com organizações de defesa dos direitos humanos, que registaram 582 enforcamentos em 2022.

Chaab, de 50 anos de acordo com a imprensa iraniana e que era chamado de Habib Asyud, era considerado o líder do grupo Harakat al Nidal ou ASMLA (Movimento Árabe de Luta para a Libertação de Ahvaz), classificado como um movimento terrorista pela República Islâmica. Desapareceu em outubro de 2020, após uma viagem a Istambul, e reapareceu mais tarde detido no Irão.

Em janeiro de 2022 foi julgado por "terrorismo" e propagação da "corrupção na Terra, uma das acusações mais graves no Irão. A justiça anunciou em 6 de dezembro sua condenação à morte.

Em novembro de 2020, a televisão iraniana exibiu um vídeo de Habib Chaab no qual assumia a responsabilidade por um atentado fatal em setembro de 2018 em Ahvaz, capital da província de Khuzestan (sudoeste), e de trabalhar para os serviços de inteligência sauditas.

A província de Khuzestan, rica em petróleo, tem uma importante minoria árabe que é considerada esquecida pelas autoridades.

Nos últimos meses, Teerão provocou indignação nos países europeus ao executar um cidadão com passaporte britânico e ao condenar uma pessoa de nacionalidade alemã à morte.

16 pessoas com passaportes de países ocidentais estão detidas no Irão, a maioria com dupla cidadania.