Os julgamentos serão realizados em público em tribunais revolucionários na capital iraniana, disse o gabinete, segundo a agência espanhola EFE.

“Estes são indivíduos que cometeram atos de sabotagem durante a recente agitação e enfrentam sérias acusações, tais como agressão e morte de forças de segurança ou atear fogo a propriedade pública e privada”, disse o gabinete.

O chefe do poder judicial iraniano, Gholamhosein Mohseni Ejei, disse que os julgamentos serão realizados com “rapidez e precisão”, especialmente daqueles que tentaram subverter o sistema islâmico.

“Aqueles que tentaram subverter o regime e dependem de estrangeiros serão punidos de acordo com as leis”, disse Ejei.

As acusações de colaboração com governos estrangeiros podem acarretar a pena de morte no Irão.

Pelo menos 1.019 pessoas foram acusadas em oito das 31 províncias iranianas pelo seu envolvimento nos protestos, mas o número poderá ser mais elevado, uma vez que cada região tem vindo a anunciar os seus casos.

O Irão tem enfrentado protestos desde a morte de Amini em 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida pela polícia moral por usar incorretamente o véu islâmico.

Os protestos são liderados principalmente por jovens e mulheres que pedem liberdade e o fim da República Islâmica, algo impensável há pouco tempo.

Nos últimos dias, a repressão das manifestações endureceu, especialmente nas universidades, na sequência de um ultimato dos Guardas Revolucionários para que os jovens parassem de protestar.

Os protestos estão a ser fortemente reprimidos pelas forças de segurança e resultaram em 108 mortos e 12.500 detidos, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, com sede em Oslo.