Salwan Momika terá de deixar a Suécia quando a sua autorização de residência provisória de três anos terminar, em abril de 2024, e não poderá entrar neste país durante um período de cinco anos.

A razão invocada para a revogação do seu estatuto prende-se com informações incorretas sobre a sua necessidade de proteção, ao apresentar o seu pedido de asilo na Suécia, explicou um porta-voz da Direção-Geral de Migrações ao canal TV4, aludindo a questões de confidencialidade para não dar mais detalhes sobre o processo em questão.

O cidadão iraquiano surgiu nas primeiras páginas da imprensa sueca há alguns meses quando queimou um exemplar do livro sagrado do islamismo, Corão, em frente da principal mesquita de Estocolmo e, mais tarde, junto da embaixada do Iraque e do parlamento sueco, atos que se repercutiram no mundo islâmico e geraram protestos diplomáticos, motins e ameaças de boicote económico.

A humilhação contra o livro sagrado muçulmano foi também motivo para os entraves da Turquia à adesão da Suécia à NATO, que tem de ser aprovada por todos os países membros.

As queimas de exemplares do Corão, cujo autor justificou com a sua oposição ao Islão, continuaram a repetir-se nos últimos meses, enquanto os serviços suecos de migrações reabriram o processo de Momika após receberem novas informações.

O homem de 37 anos estaria ligado às Forças de Mobilização Popular (PMF), uma coligação paramilitar de milícias iraquianas que lutam contra o grupo Estado Islâmico (EI).

Salwan Momika negou qualquer ligação à coligação paramilitar, mas alegou ter liderado um partido no seu país e classificou-se como um requerente de asilo político.

“Não deixarei a Suécia, viverei e morrerei na Suécia. A migração cometeu um erro grave. Suspeito que haja mãos políticas ocultas por trás desta decisão. Tomarei medidas legais”, afirmou em declarações à televisão pública SVT.

Momika, que chegou há cinco anos à Suécia, declarou-se ateu, embora já se tenha assumido cristão e apoiante dos Democratas Suecos (SD), partido de extrema-direita que é atualmente a segunda maior força política da Suécia.