A restrição afeta apenas a carne que chega ao Japão proveniente de uma das 21 fábricas que estão a ser investigadas no âmbito do caso que envolve uma rede de subornos integrada por agentes públicos e gestores empresariais que adulteravam carnes caducadas e as reintroduziam nos mercados locais e internacionais.

O Japão proibiu também a entrada de quaisquer produtos do mesmo produtor, como o mel, enquanto está a estudar a adoção de outras medidas, indicou o ministério.

Quase 75% da importação de carne pelo Japão em 2015, cerca de 430 mil toneladas, foi proveniente do Brasil, indicou hoje o ministro porta-voz do executivo nipónico, Yoshihide Suga, numa conferência de imprensa.

Daquela quantidade, 8.900 toneladas foram provenientes da única instalação afetada pelo escândalo que exporta para o Japão, pelo que o Governo japonês considera que o caso “não terá um impacto direto” no país asiático.

Tóquio está, não obstante, a considerar o endurecimento das restrições para garantir a segurança alimentar.

Hong Kong, China, União Europeia e Chile figuram entre os países e regiões que proibiram as importações de carne do Brasil.

A polícia brasileira descobriu na semana passada que várias das principais empresas de carne do país, com a cumplicidade de agentes públicos e gestores empresariais, “maquilharam” com produtos químicos carnes que estavam em mau estado e não cumpriam os requisitos para exportação.

O Governo brasileiro atribuiu na passada terça-feira as irregularidades a um delito de corrupção – a certificação de produtos adulterados foi obtida através de subornos – e não a um problema de saúde pública ou falta de controlo sanitário.