“Em articulação estreita com o INEM desenvolvemos um plano de resposta médico-sanitário ao dispositivo. Ou seja, nós vamos integrar a resposta médica que o INEM também planeou, nomeadamente com postos médicos avançados, ambulâncias, equipas apeadas, e mesmo com equipas de imagiologia para, integrados numa resposta única de saúde, conseguirmos dar um apoio diferenciado a todos os participantes do evento, [especificamente] aos grandes eventos da zona de Lisboa”, disse à Lusa Gonçalo Órfão, coordenador da área de emergência da CVP.

No total, o dispositivo da CVP contará com 320 voluntários e 1.334 operacionais, entre os quais médicos, enfermeiros, psicólogos, socorristas, vindos inclusivamente das delegações da Cruz Vermelha nos Açores e na Madeira para integrar o dispositivo nacional.

“Temos aqui uma forte componente médica, cerca de 40% dos nossos operacionais são médicos e enfermeiros, o que, articulando com o dispositivo do INEM, reforçámos a capacidade médica de todo o dispositivo”, disse Gonçalo Órfão, explicando que este dispositivo vai estar colocado maioritariamente junto aos grandes eventos da JMJ 2023 em Lisboa e Fátima.

A CVP vai colocar no terreno 10 postos médicos avançados (PMA), coordenados com os PMA e o hospital de campanha do INEM, 20 ambulâncias e 45 equipas apeadas. Vai ainda disponibilizar 65 Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE), 20 monitores desfibrilhadores, 20 ventiladores e 115 rádios SIRESP.

O grande dispositivo vai estar ativo entre 31 de julho e 7 de agosto, mas já esta semana está a funcionar em sete localidades do país um dispositivo acessório da CVP para apoiar os locais onde se verifica uma maior concentração de jovens, com um PMA, um posto de enfermagem e postos de socorro disponíveis.

“Temos uma outra atuação da CVP, já não ligada à área da saúde, que tem a ver com o apoio direto à população. Criámos três polos logísticos, baseados em Santo Estêvão (Benavente), Estremoz e Coimbra para fazer um apoio quer alimentar, quer de apoios de primeira necessidade a qualquer situação que seja necessário ir ter diretamente com a população”, adiantou ainda Gonçalo Órfão.

O objetivo é poder prestar assistência a peregrinos na eventualidade de grupos ficarem retidos numa autoestrada ou outra via de comunicação, ou num comboio, por exemplo, tendo disponíveis bens de primeira necessidade, como kits de alimentação e águas, mas também soluções de alojamento de emergência.

No apoio direto à população a CVP vai ter três bases logísticas, em Santo Estêvão (Benavente) Coimbra e Estremoz, através das quais vai poder disponibilizar três atrelados com capacidade para realojamento de emergência de 50 pessoas; 1.000 camas de campanha; 25 tendas de campanha; 36 tendas rápidas; 3.000 kits de alimentação; 10.000 águas; 5.000 barras cereais; 2.000 barras energéticas (gelatina) ou outras de absorção rápida.

“Em Santo Estêvão temos um centro de coordenação exclusivo para a JMJ, onde teremos a base logística, de alojamento e de comando e coordenação para todo o dispositivo da CVP durante a semana das jornadas”, referiu Gonçalo Órfão.

Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, com a presença do Papa Francisco, sendo esperadas mais de um milhão de pessoas.

As principais cerimónias irão decorrer no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.