A maior parte dos anúncios, que estão a ser divulgados através de um grupo de trocas e vendas de bilhetes, não especifica um valor, já que os vendedores preferem entrar em contacto com os compradores por mensagem privada.
Mas alguns deles colocam o valor a que pretendem vender os bilhetes, obtidos por sorteio, com os mais baratos a custarem 50 euros e os bilhetes duplos mais caros a atingirem os 400 euros.
Outros anunciantes optam por vender os “códigos promocionais”, há quem se desfaça dos bilhetes pela “melhor oferta” e quem adiante desde logo que o preço é “negociável”.
Alguns membros deste grupo já alertaram para o procedimento dos vendedores, lembrando que os ingressos foram “obtidos através de uma parceria entre o Governo português e a organização do Web Summit”.
“Este ‘oportunismo’ sujo e doentio é ainda mais doentio quando percebemos que são jovens desta faixa etária que estão a vender estes bilhetes”, critica um utilizador.
Um outro utilizador lembra que “é ilegal vender bilhetes acima do preço de tabela” e alguns apelam para denúncias junto da ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e das autoridades policiais.
A iniciativa “Inspire Portugal” lançada duas semanas antes da Web Summit pelo promotor do evento, Paddy Cosgrave e pelo primeiro-ministro, António Costa, envolveu a atribuição de cerca de seis mil bilhetes a jovens com idades compreendidas entre os 16 e os 23 anos, a um custo de nove euros.
Para acederem aos ingressos, os jovens tinham de se inscrever no ‘site’ do Web Summit, sendo distribuídos cerca de dois mil bilhetes por dia.
A agência Lusa contactou a organização da Web Summit para obter um comentário sobre a venda destes bilhetes.
Numa curta declaração, a organização esclarece que "conforme estabelecido nos termos e condições” da Web Summit, o titular de um bilhete não pode vender o próprio bilhete, uma vez que “isso resultará num bilhete anulado e o titular do bilhete não poderá entrar no evento".
A Web Summit, que se realiza entre 07 e 10 de novembro, é uma conferência global de tecnologia, que se transferiu de Dublin para Lisboa e na qual são esperados 50.000 participantes de mais de 150 países, incluindo mais de 20 mil empresas, sete mil presidente executivos e dois mil jornalistas internacionais.
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