Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas após a inauguração das novas instalações do Colégio Mira Rio, em Lisboa, considerou que houve "uma ação atempada da unidade hospitalar e do serviço de saúde" e adiantou que, se precisasse, iria sem problema às urgências do Hospital São Francisco Xavier.

Questionado se pensa que foi feito tudo o que era preciso, face à contaminação registada naquele hospital público, que já provocou duas mortes, e se os portugueses podem estar descansados, o chefe de Estado respondeu: "Daquilo que eu sei, e soube há pouco pelo senhor ministro da Saúde, as últimas análises que foram feitas dão negativas".

O Presidente da República disse que, de acordo com essa informação, "depois do que houve de tratamento da água, por iniciativa, aliás, da própria unidade hospitalar, neste momento, não há traços ou sinais da existência de 'legionella'" naquela unidade hospitalar.

"Portanto, nesta altura, olhando para os modelos matemáticos que se utilizam, quando já não há sinais de existência de 'legionella' e quando está a terminar o período de incubação, isso permite prever que não haja, em princípio, um crescimento significativo do número de casos. Esta é a posição que me foi transmitida pelo senhor ministro da Saúde e que penso que a senhora diretora-geral da Saúde também já transmitiu ou irá transmitir aos portugueses", acrescentou.

Interrogado se iria com tranquilidade ao serviço de urgência do Hospital São Francisco Xavier, caso precisasse, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu: "Claro. Pois se eu estive lá no sábado numa altura em que o período de incubação ainda ia a meio e em que poderia dizer-se que era, teoricamente, maior o risco".

No seu entender, "por uma ação atempada da unidade hospitalar e do serviço de saúde, as perspetivas são de normalização da situação e, portanto, contenção do risco".

"Em princípio, o período de incubação está a terminar. Vamos esperar para ver qual é o saldo final, e vamos depois esperar para ver também aquilo que foi o trabalho de inquérito relativamente às causas do que aconteceu", concluiu.

À saída da inauguração das novas instalações do Colégio Mira Rio, o Presidente da República foi também questionado sobre a análise que o Conselho de Finanças Públicas fez sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2018.

Marcelo Rebelo de Sousa recusou fazer qualquer comentário sobre o assunto, afirmando que se trata de "juízos ou opiniões sobre o que ainda é um projeto não terminado" e que é preciso "esperar pela versão definitiva" do Orçamento do Estado.

"Vamos esperar pelo fim dos trabalhos, isto é, pelo final do mês de novembro, e nessa altura é que poderemos olhar para o cenário macroeconómico, para a previsão relativa ao crescimento da economia, ao peso dos juros da dívida pública, ao que podem ser as receitas e as despesas do Estado. Nessa altura é que é possível formular um juízo definitivo", argumentou.

O Hospital São Francisco Xavier, onde mais de trinta pessoas foram infetadas com 'legionella', duas das quais morreram na segunda-feira, manteve-se a funcionar normalmente e com todos os serviços abertos, incluindo o serviço de urgência, disse à Lusa fonte da administração desta unidade de saúde.

Na segunda-feira à tarde, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, declarou que não estava ainda esclarecido a origem do foco de infeção com a bactéria 'legionella pneumophila' no hospital São Francisco Xavier: "É prematuro dizer qual é o ponto de infeção".

Graça Freitas mencionou que a primeira infeção terá acontecido no dia 27 de outubro e que terá havido pessoas infetadas no exterior do edifício, o que "pode ser compatível com as torres de refrigeração" como foco.

A 'legionella' é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma pneumonia grave. A infeção transmite-se por via respiratória, através da inalação de gotículas de água ou aspiração de água contaminada.

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