De acordo com a lista definitiva publicada pelo ministério francês do Interior, 7.878 candidatos concorrem na primeira volta, tendo a agência Lusa contactado 24 candidatos de origem portuguesa, ainda que haja acima de uma centena de apelidos com grafia portuguesa, entre os quais haverá candidatas francesas casadas com portugueses e candidatos de origem espanhola com apelidos semelhantes aos portugueses.

A associação de eleitos de origem portuguesa Cívica contabilizou um mínimo de 63 candidatos de origem portuguesa, tendo excluído da contagem apelidos como Garcia, Domingos e Costa, disse à agência Lusa o presidente da associação Paulo Marques.

Com a etiqueta ‘A República em Marcha!’, do presidente Emmanuel Macron, candidatam-se, por exemplo, Dominique da Silva, na 7.ª circunscrição do Val d´Oise, Ludovic Mendes, na 2ª circunscrição de Moselle, e, também, Otília Ferreira, na primeira circunscrição de Charente-Maritime, que é candidata do partido centrista MoDem aliado a Macron.

Na corrida eleitoral de Os Republicanos, há, por exemplo, Alexandra Ribeiro Custódio, na segunda circunscrição de Loire, e Bruno Leal, na primeira circunscrição de Charente-Maritime, enquanto, entre os socialistas, a lusodescendente Christine Pires Beaune recandidata-se a um cargo de deputada pela segunda circunscrição de Puy-du-Dôme e Nathalie de Oliveira concorre na terceira circunscrição de Moselle.

A França Insubmissa conta, por exemplo, com Virginie Araújo na 3ª circunscrição de Essonne, e o Partido Comunista Francês espera que Patrice Carvalho, na sexta circunscrição de Oise, conquiste um terceiro mandato consecutivo de deputado, enquanto Fabienne dos Santos se apresenta na 4ª circunscrição de Paris e Catherine dos Santos na 11a circunscriçao de Val-de-Marne.

Pela Frente Nacional concorrem, por exemplo, a franco-portuguesa Lucinda Carvalho na terceira circunscrição de Pyrinées-Atlantiques e Franck Beeldens-da Silva na 4.ª circunscrição de Essonne.

Várias sondagens publicadas ao longo da semana davam a vitória com maioria absoluta ao movimento ‘A República em Marcha!’, sendo necessários 289 assentos parlamentares em 577 para conquistar essa maioria.

A direita de Os Republicanos gostaria de fazer das legislativas uma terceira volta das eleições presidenciais e impor uma coabitação ao novo presidente, mas o objetivo é difícil tendo em conta que várias personalidades do partido se juntaram ao movimento de Emmanuel Macron, com destaque para o novo primeiro-ministro, Edouard Philippe.

O Partido Socialista teme a repetição do cenário de 1993 quando apenas elegeu 57 deputados socialistas e aliados, após um resultado historicamente baixo na primeira volta das eleições presidenciais (6,3% para Benoît Hamon, o pior resultado para um socialista desde 1969) e também face à fuga de uma parte dos eleitores para Emmanuel Macron e de outra parte para A França Insubmissa.

A França Insubmissa, liderada por Jean-Luc Mélenchon, espera que os eleitores votem como na primeira volta das presidenciais, em que deram 19,58 % dos votos a Mélenchon, sendo o objetivo a criação de um grupo parlamentar.

O partido de extrema-direita, Frente Nacional (FN), espera contar com os 10,7 milhões de eleitores que votaram FN na segunda volta das presidenciais – apesar do resultado (33,9%) ter sido inferior ao esperado por Marine Le Pen - e vencer nas 45 circunscrições onde Le Pen atingiu os 50% a 7 de maio. No parlamento cessante, a FN apenas tinha dois deputados e o objetivo é ultrapassar o resultado de 1986 quando foram conquistados 35 assentos parlamentares.

Este domingo, as mesas de voto abrem às 8 horas (menos uma em Lisboa) e encerram às 20 horas nas grandes cidades, como Paris, Lyon, Toulouse, Marselha e Lille, fechando uma hora mais cedo nas outras.

O escrutínio conta com 577 circunscrições, nomeadamente 539 na França metropolitana, 27 nos territórios ultramarinos e 11 no círculo eleitoral do estrangeiro, contando cada circunscrição com cerca de 125.000 habitantes.

Como nas eleições presidenciais, as legislativas acontecem num período de estado de emergência que dura desde os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 e cinco dias depois de um novo ataque contra polícias junto à Catedral de Nôtre-Dame, em Paris. Mais de 50.000 polícias e 7.000 militares e polícias municipais foram mobilizados para garantir a segurança dos eleitores.

Caso não haja candidatos com mais de 50% dos votos na primeira volta, aqueles que tiverem, pelo menos, 12,5% dos votos dos eleitores inscritos passam à segunda volta, marcada para 18 de junho.

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