A Câmara prevê a requalificação das ruas da Restauração e Dr. António Costa Santos, obra sobre a qual o vereador das Obras Municipais, Ricardo Gomes (PS), disse acreditar que irá minimizar o problema das inundações.

A intervenção, que tem uma duração de 180 dias, é da responsabilidade do Município de Leiria e dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), cabendo à autarquia o investimento de 502.090 euros e aos SMAS 133.395 euros, disse à Lusa Ricardo Gomes.

“Esta empreitada tem como objetivo remodelar o coletor pluvial. O sistema é separativo, mas na zona das caixas de visita há um ‘bypass’, ou seja, quando chove muito, as duas águas [pluvial e doméstica] juntam-se”, explicou o vereador na reunião.

Segundo referiu, o problema já é antigo e deve-se ao facto de o coletor pluvial ter um metro de diâmetro, o que é insuficiente para fazer face a uma precipitação intensa num curto período.

A reabilitação de um caneiro, a criação de uma estação elevatória e de um coletor de meia encosta são algumas das soluções previstas num estudo encomendado pelo Município de Leiria para prevenir cheias até 2035.

O Plano Estratégico para a Reabilitação e Beneficiação do Sistema de Drenagem Pluvial da Cidade de Leiria foi apresentado publicamente em junho por Filipa Ferreira, uma das coordenadoras do estudo.

De acordo com a análise, realizada pela equipa técnica da empresa Hidra, estima-se que, “nos próximos 20 a 40 anos, se verifique um agravamento da intensidade da precipitação em 5%” na cidade de Leiria.

A requalificação do caneiro, “que está velho e degradado e em risco de colapsar”, em vez de toda a sua substituição numa das principais artérias da cidade, como estava prevista no mandato liderado por Raul Castro (PS), representa uma poupança superior a quatro milhões de euros e evita um processo de obra “muito complexo e demorado”, que teria um “forte impacto” social e económico, reconheceu à agência Lusa Ricardo Gomes.

Por isso, o objetivo será a manutenção de grande parte do caneiro que atravessa a zona baixa da cidade e a sua substituição num pequeno troço, junto ao Jardim Luís de Camões.

Com um investimento de quase seis milhões de euros, a intervenção será faseada entre 2023 e 2035, avançando, já este ano, os projetos para as obras prioritárias, estando estipulado um calendário para as intervenções para os próximos 12 anos, referiu Ricardo Gomes.