“Centenas de israelitas foram mortos e milhares ficaram feridos. Muitas pessoas estão a ser mantidas em cativeiro, enfrentando ameaças terríveis às suas vidas. Milhares de foguetes foram lançados indiscriminadamente contra Israel”, disse o líder humanitário.

“Na densamente povoada Gaza, centenas de palestinianos foram mortos e milhares ficaram feridos em intensos bombardeamentos. Casas, centros de saúde e escolas que abrigam famílias deslocadas foram atingidas. A cidade inteira está agora sob ordem de cerco”, acrescentou.

Nesse sentido, Griffiths emitiu uma mensagem “inequívoca” para “todas as partes”: “as leis da guerra devem ser respeitadas. Pessoas mantidas em cativeiro devem ser tratadas com humanidade. Os reféns devem ser libertados sem demora”, disse, num comunicado.

Durante as hostilidades, os civis e as infraestruturas civis devem ser protegidas e os civis devem ser autorizados a partir para áreas mais seguras, instou a ONU.

Além disso, a ajuda humanitária e os serviços e fornecimentos vitais a Gaza não devem ser bloqueados, insistiu o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários.

“Toda a região está num ponto de inflexão. A violência deve parar”, concluiu Griffiths.

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação denominada “Espadas de Ferro”.

Israel declarou guerra total e prometeu castigar o Hamas como nunca antes, declarando estar “em guerra” contra aquele grupo palestiniano.

O número de vítimas do ataque surpresa do Hamas ultrapassa os 1.000 mortos e os 2.400 feridos, cerca de 500 em estado grave, segundo os dados mais recentes de fontes oficiais israelitas.

Do lado palestiniano, os bombardeamentos aéreos israelitas provocaram pelo menos 830 mortos em Gaza, na maioria civis, segundo os responsáveis locais.

A este número associam-se os cerca de 1.500 combatentes do Hamas que morreriam durante o ataque nos posteriores combates em território israelita, segundo indicou o Exército judaico, que hoje diz ter recuperado o controlo da zona fronteiriça.

Durante a incursão em território israelita, o Hamas fez mais de uma centena de reféns, civis e militares, que levou para a Faixa de Gaza.

Os habitantes de Gaza têm assinalado que os bombardeamentos aéreos efetuados desde segunda-feira são muito diferentes dos efetuados em anteriores confrontos, por se revelaram muito mais destrutivos e lançados sem aviso prévio, como era habitual nas operações israelitas no passado.

Sob controlo do Hamas, Gaza é um território com 41 quilómetros de comprimento e 10 quilómetros de largura, situado entre Israel, o Egito e o Mar Mediterrâneo.

O enclave tem cerca de 2,3 milhões de habitantes e está sob um bloqueio israelita desde 2007.