“Peço-vos que no domingo votem massivamente por um novo tempo”, afirmou Feijóo, no comício de encerramento da campanha eleitoral do Partido Popular (PP, direita) das legislativas espanholas do próximo domingo.

Feijóo, que foi presidente do Governo Regional da Galiza entre 2009 e 2022 e é o favorito nas sondagens, garantiu hoje que se chegar a primeiro-ministro haverá um “novo tempo” com “menos tensão e mais moderação” em Espanha.

“Proponho-vos deixar atrás a tensão destes cinco anos de ‘sanchismo’, acabar com os blocos e os bloqueios em que viveu Espanha”, disse, numa referência ao socialista Pedro Sánchez, que lidera o governo do país desde 2019 e é recandidato a primeiro-ministro nas legislativas de domingo.

Feijóo insistiu em que “Espanha pode avançar unida, sem divisões e sem fraturas, sem quebrar a unidade da nação, pode progredir livremente sem estar manietada por nada nem por ninguém, muito menos por aqueles que dizem que querem sair de Espanha”.

“Para o conseguir, só temos de fazer uma coisa simples, ir depositar o voto [no PP] nas urnas, para Espanha voltar a ser a soma de todos”, afirmou.

Feijóo centrou-se neste comício numa das maiores críticas que durante a campanha fez a Sánchez e ao seu governo, o de ter feito concessões à esquerda mais radical e a independentistas bascos e catalães para chegar ao poder e para se manter no Governo, provocando a crispação, a divisão e o confronto entre espanhóis.

“Dentro de três dias o ‘sanchismo’ será passado, mas temos também de recuperar aquele Partido Socialista Operário Espanhol [PSOE] que cada vez que havia um problema em Espanha tentávamos pactuar com ele a saída dos problemas”, acrescentou Feijóo, que chegou a invocar como exemplo o ex-primeiro-ministro socialista Felipe González, em que já admitiu que votou na década de 1980.

“Quero trocar as coligações vergonhosas por pactos de Estado”, sublinhou, dizendo que para isso precisa do apoio de “imensa maioria” dos espanhóis.

O líder do PP voltou hoje também a garantir que não será primeiro-ministro se o PP não ganhar as eleições, depois de durante toda a campanha ter defendido que só o partido mais votado deve governar e que o derrotado deve viabilizar executivos minoritários do vencedor, por essa ser a forma de evitar coligações com formações extremistas.

As sondagens dão a vitória ao PP nas eleições de domingo, mas sem maioria absoluta, que poderia conseguir com uma coligação com o VOX, como já fez em governos de três regiões autónomas e de dezenas de municípios.

Depois de ter inicialmente admitido uma coligação com o VOX, Feijóo disse nas duas semanas de campanha que não quer governar com “os extremos”, que são “bloqueios”, e apelou à concentração do voto de direita nos populares.