Em declarações hoje à agência Lusa, o diretor-geral da Associação Turismo de Lisboa (ATL), entidade encarregue de reabilitar o pavilhão, reconheceu que o edifício estava “bastante degradado e com falta de azulejos e outras peças (…), porque tinham sido vandalizadas, e estava em risco de desaparecer”.

As obras que se iniciaram há cerca de um ano e agora terminam, no valor de oito milhões de euros, foram “no sentido de restaurar e revitalizar este espaço, que é um espaço icónico”, acrescentou Vítor Costa.

O pavilhão, localizado no Parque Eduardo VII, foi criado na década de 1920 e encerrou em 2003.

Chegaram a ser pensadas alternativas para o espaço municipal (cedido à ATL), como a criação de um museu do desporto ou um centro de congressos, mas nenhuma avançou, pelo que a Câmara encarregou o Turismo de Lisboa de o reabilitar.

“O projeto implicou uma melhoria da relação do próprio edifício com o espaço envolvente, quer com o Parque Eduardo VII, quer com a zona urbana: melhoraram-se acessibilidades, criaram-se escadas, inclusivamente uma escada rolante [para a Avenida Sidónio Pais] e retirou-se o estacionamento que havia aqui à volta”, precisou Vítor Costa.

Segundo o responsável, “o parque hoje tem outro destaque dentro deste espaço urbano”.

Dentro do pavilhão, nos “‘foyers’, torreões e átrios em que havia elementos decorativos e interesse patrimonial, foi tudo restaurado, respeitando todas as regras de boas práticas”.

Também a antiga sala multiusos, com cerca de 2.000 metros quadrados, foi “modernizada, mantendo a fachada, e foram-lhe introduzidas condições de segurança, de acesso a deficientes, de ar condicionado e condições técnicas para suspensões e, portanto, hoje pode receber qualquer tipo de evento adequado à dimensão do espaço”, apontou.

Este espaço, com capacidade para 2.000 pessoas, pode vir a alojar eventos como congressos, exemplificou Vítor Costa.

O representante referiu também que as restantes salas, com dimensões que rondam os 200 metros quadrados, poderão ser usadas para lançamentos de livros.

Apesar de se prever a “exploração comercial” do pavilhão — com valores que estão “dentro daquilo que é usual no mercado” — o objetivo principal da requalificação foi preservar a memória histórica do espaço, que começou por ser o Pavilhão de Portugal na Exposição do Rio Janeiro, em 1922, adiantou Vítor Costa.

Em 1930, o pavilhão foi reconstruído no Parque Eduardo VII e, depois do 25 de Abril de 1974, “teve muitos acontecimentos desportivos, culturais e políticos, muitos espetáculos”, recordou.

A reinauguração acontece no dia em que se assinala o 70.º aniversário do ex-atleta e campeão olímpico Carlos Lopes, que correu pelo Sporting e venceu provas como o Campeonato do Mundo de Corta-mato (1976 e 1984), a Corrida de São Silvestre de São Paulo, Brasil (1982 e 1984) e a maratona de Roterdão, Holanda (1985).

Assegurando que Carlos Lopes “participou ativamente” na intervenção, Vítor Costa adiantou que a exposição permanente “foi feita com orientação dele” e conta com 300 peças por si cedidas, como troféus, medalhas e roupa desportiva.

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