William Strampel, de 70 anos, médico e ex-decano da Faculdade de Medicina Osteopática da MSU, foi preso na segunda-feira, 26 de março, e as acusações foram conhecidas esta terça-feira com a divulgação de documentos judiciais.

Strampel, decano da escola de medicina da MSU de 2002 a 2018, foi supervisor direto de Nassar (na foto) na universidade em Lansing, Michigan.

Nassar foi acusado de abusar de centenas de mulheres atletas na MSU, onde trabalhou na Clínica de Medicina Desportiva, e de outras meninas e mulheres quando era médico da equipa de ginástica dos Estados Unidos (USA Gymnastics).

A denúncia contra Strampel acusa-o de conduta sexual indevida, má conduta por parte de um funcionário público e duas acusações de "negligência no cumprimento do dever".

Se for considerado culpado por todas as acusações poderá enfrentar uma sentença de até nove anos de prisão.

Strampel foi acusado de passar a mão em duas mulheres, sem consentimento, em eventos públicos e de fazer comentários ou sugestões inapropriadas a estudantes, incluindo pedidos de fotos destas sem roupa.

Imagens de estudantes nuas foram encontradas num computador do seu escritório, segundo a denúncia, juntamente com um vídeo de Nassar "a realizar um 'tratamento' numa paciente jovem".

Nassar foi condenado a prisão perpétua por abusar de centenas de meninas e mulheres sob alegações de "tratamento" médico.

A acusação de negligência deriva de uma denúncia de "conduta sexual inapropriada" sobre Nassar em abril de 2014. Strampel estabeleceu protocolos para garantir que os factos não se repetiriam, mas "na realidade não fez cumprir ou monitorizou esses protocolos", refere a denúncia.

O advogado de Strampel, John Dakmak, disse ao jornal The Detroit News que o seu cliente nega um comportamento inapropriado, assegura que seguiu um protocolo adequado sobre Nassar e disse que combaterá as acusações.

O Departamento de Educação americano anunciou no mês passado que abrirá uma investigação sobre a administração por parte da MSU.

O presidente interino de MSU, John Engler, disse esta terça-feira que as acusações contra Strampel "confirmam" a "crença de que não cumpriu com o que se espera e exige da liderança académica". Engler já tinha retirado Strampel do cargo.