No decurso de um contacto telefónico com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o dirigente francês também condenou “firmemente os recentes anúncios israelitas em matéria de colonização”, indicou o Eliseu em comunicado.

Israel anunciou na sexta-feira a expropriação de 800 hectares de terras na Cisjordânia ocupada.

Marcon também manifestou a intenção de apresentar no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que apele a “um cessar-fogo imediato e duradouro” em Gaza.

Na sexta-feira, Moscovo e Pequim opuseram-se a uma proposta de resolução apresentada por Washington, ao denunciaram, designadamente, um texto hipócrita.

Cinco meses e meio de uma guerra devastadora colocaram a Faixa de Gaza numa situação humanitária catastrófica.

O Presidente francês insistiu para que Israel “abra sem atrasos e sem condições todos os pontos de passagem terrestres existentes em direção à Faixa de Gaza”.

Emmanuel Macron também contactou hoje por telefone com o rei Abdullah II da Jordânia.

Os dois dirigentes “abordaram o balanço e a situação humanitária injustificáveis em Gaza”, segundo o Eliseu.

Ambos concordaram na necessidade de um cessar-fogo “imediato e durável” e “insistiram ser injustificável submeter civis a um risco de fome”.

Também defenderam uma solução de dois Estados, “que responde às aspirações legítimas de israelitas e palestinianos à paz e segurança”, e que “implique a criação de um Estado palestiniano que inclua Gaza”.

O Exército de Israel iniciou uma ofensiva generalizada sobre a Faixa de Gaza na sequência dos ataques do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em 7 de outubro de 2023 contra alvos militares, policiais e civis israelitas perto do território palestiniano.

A inédita operação militar do Hamas causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel desencadeou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento já provocou mais de 32.200 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes devido ao colapso dos hospitais, ao surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 7 de outubro de 2023, mais de 420 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado perto de 7.000 detenções e mais de 3.000 feridos.