O navio humanitário da organização não-governamental (ONG) Open Arms resgatou na madrugada de hoje 38 pessoas que estavam numa embarcação nesta rota, anunciou a estrutura espanhola, citada pela agência de notícias EFE.

Através das redes sociais, a ONG espanhola acrescentou que vai prosseguir com as operações de resgate e salvamento “para que ninguém fique à deriva” no mar.

O navio da Open Arms saiu do porto de Brindisi, na Apúlia, sul de Itália, poucos dias após desembarcar 299 migrantes resgatados em seis operações em apenas 24 horas.

Segundo a EFE, as chegadas de migrantes continuam sem parar em Itália, sobretudo na ilha de Lampedusa, a mais próxima da costa italiana no Mar Mediterrâneo.

Entre a noite de domingo e a madrugada de hoje, foram resgatados 324 migrantes que estavam em nove embarcações, que foram posteriormente levados para o porto da ilha italiana de Lampedusa por barcos de patrulha da guarda costeira.

Durante o dia de domingo, foram feitos 23 desembarques, envolvendo um total de 940 pessoas procedentes dos Camarões, Guiné, Serra Leoa, Gâmbia, Benim, Togo, Nigéria, Senegal, Tunísia e Costa do Marfim.

Segundo os resgatados, oito das nove embarcações saíram da Tunísia – sete de Sfax e uma de Mahdia – e uma outra de Sabratah, na Líbia.

A Itália organizou no domingo um encontro em que participaram chefes de Estado e de Governo da Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Mauritânia, Líbia, Chipre, Líbia, Etiópia, Egito, Malta, Jordânia, Nigéria, Argélia e Líbano para debater a luta contra o tráfico de seres humanos e a imigração irregular.

Após o encontro, entre os poucos compromissos pontuais citados pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, está um protocolo firmado com os Emirados Árabes Unidos, que vai envolver um investimento de 100 milhões de euros para iniciativas de promoção ao desenvolvimento. Não foram fornecidos muitos detalhes sobre o pacto.

O executivo italiano irá também, através da sua agência de crédito, garantir projetos no valor “de mais de 25.000 milhões de euros naquela zona”.

De acordo com os últimos dados do Ministério do Interior italiano, relativos até 21 de julho deste ano, 83.439 migrantes chegaram às costas italianas, um aumento expressivo face aos 33.972 registados no mesmo período do ano passado.

Itália, a par da Grécia, Espanha ou Malta, é um dos países da “linha da frente” ao nível das chegadas de migrantes irregulares à Europa.

O país está integrado na chamada rota do Mediterrâneo Central, encarada como uma das mais mortais, que sai da Tunísia, Argélia e da Líbia em direção ao território italiano, em particular à ilha de Lampedusa, e a Malta.