De acordo com a informação divulgada na página na Internet da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), 2.398 operacionais combatiam, àquela hora, 21 incêndios em Portugal Continental, numa operação que envolvia 750 veículos de apoio.

No distrito de Leiria, a ANPC assinalava três incêndios, incluindo o de Pedrógão Grande, que mobilizavam no total 1.036 operacionais e 328 veículos de apoio.

Neste distrito, depois de Pedrógão Grande, o incêndio a mobilizar mais meios era o da localidade de Maçãs de Dona Maria, no concelho de Alvaiázere, onde as chamas estavam a ser combatidas por 108 operacionais e 34 veículos.

No distrito de Coimbra, a ANPC registava dois grandes incêndios a lavrar nos concelhos de Penela e de Góis, combatidos por 571 operacionais com o auxílio de 187 veículos. Em Santarém, encontrava-se em fase de conclusão o incêndio que atingiu o concelho de Ferreira do Zêzere, cujo combate envolvia 110 operacionais e 29 veículos.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, no sábado, provocou pelo menos 62 mortos e 62 feridos, segundo dados divulgados pelo Governo.

Chamas afetam três distritos e vários municípios

O incêndio em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, atingiu já os distritos de Coimbra e Castelo Branco e vários municípios, disse o comandante das operações de socorro.

"Este é um incêndio com muitos focos, é uma ocorrência que abrange três distritos, muitos municípios e, na realidade, muitas aldeias são afetadas", disse aos jornalistas Elísio Oliveira, comandante das operações de socorro em Pedrógão Grande.

Em declarações junto ao posto de comando localizado em Pedrógão Grande, Elísio Oliveira admitiu que o incêndio não será dominado nas próximas horas, face às condições climatéricas, sem humidade e temperaturas elevadas "condições de combate muito difíceis".

"Aquilo que estamos a fazer neste momento é tentar controlar áreas perimétricas, que nos permitam, de uma forma muito concreta, levar a estratégia até ao final. Ou seja, permitir no mais curto espaço de tempo termos o incêndio confinado", explicou.

"Mas é algo que vai demorar bastante tempo", enfatizou.

Questionado pela Lusa se alguma vez comandou as operações de um incêndio com estas características, o também comandante operacional distrital de Setúbal disse ter "a perfeita noção de que esta é uma situação de exceção".

"E não há dois incêndios iguais, todos eles têm comportamentos diferentes", declarou.

Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e de viaturas destruídas.

O Governo decretou três dias de luto nacional, até terça-feira.