Nesta segunda viagem a partir do porto cipriota de Larnaca, a organização não-governamental (ONG) do chef espanhol José Andrés terá um navio principal, o “Jennifer”, e outro de apoio que acompanhará o transporte de “centenas de toneladas de ajuda” com destino ao enclave palestiniano, segundo uma porta-voz da organização na sua conta na rede social X.

“O navio de apoio será tripulado por especialistas no manuseamento de maquinaria pesada, como uma grua móvel, para descarregar todas as caixas”, disse a cooperante, que espera receber “muito em breve” autorização para partir nas próximas horas.

A ONG, dirigida pelo cozinheiro hispano-americano José Andrés, referiu ainda que estava a carregar o segundo barco com 240 toneladas de alimentos: arroz, farinha, óleo, conservas de proteínas e legumes, bem como tâmaras, alimento com que os muçulmanos quebram o jejum durante o mês sagrado do Ramadão, atualmente a decorrer.

O novo carregamento conta com a colaboração especial dos Emirados Árabes Unidos.

De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros cipriota, o navio está pronto para partir hoje ou no domingo para a Faixa de Gaza.

O “Jennifer” utilizará o corredor marítimo humanitário aberto a partir do porto cipriota de Larnaca e utilizado pela primeira vez pela ONG espanhola Open Arms, que rebocou um batelão com 200 toneladas de alimentos fornecidos pela ONG norte-americana World Central Kitchen.

O navio de socorro “Open Arms” começou a descarregar na sexta-feira quase 200 toneladas de alimentos e água, suficientes para um milhão de refeições.

A World Central Kitchen declarou em comunicado, hoje de manhã, que toda a carga tinha sido descarregada através de um cais temporário construído a sudoeste da cidade de Gaza, tendo depois sido transportada por 12 camiões antes de ser distribuída.

A Organização das Nações Unidas (ONU) receia uma fome generalizada neste território palestiniano sitiado, que é palco de uma guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas há mais de cinco meses.

A guerra em curso foi desencadeada pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e cerca de centena e meia de reféns, segundo as autoridades de Israel.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza que matou mais de 31.500 pessoas até hoje, segundo as autoridades do enclave governado pelo Hamas desde 2007.