Um reformado francês de 69 anos admitiu ter aberto fogo num centro cultural curdo e num salão de cabeleireiro em Paris, matando três curdos, e disse que o tinha feito por “ódio aos estrangeiros”.

Foi hospitalizado numa unidade psiquiátrica após ter sido levado sob custódia no sábado.

Centenas de pessoas responderam a um apelo para se manifestarem em Hassake, lançado pelas autoridades da região curda semiautónoma do nordeste da Síria.

Os manifestantes entoaram ‘slogans’ contra o “extermínio” do povo curdo e proclamaram que “os mártires de Paris permanecerão para sempre nos [seus] corações”.

“Os curdos estão a lutar contra a aniquilação, estão a ser massacrados em todo o lado, mesmo em Paris, a cidade do amor e da liberdade”, disse a ativista feminista Evin Basho, 33 anos, que participou na manifestação, exigindo que o assassino seja levado à justiça.

Muitas vezes descritos como “os maiores apátridas do mundo”, os curdos são um grupo étnico muçulmano espalhado por regiões da Síria, Turquia, Iraque e Irão.

“Esta é uma guerra contra o nosso povo, visando-nos nas quatro partes do Curdistão e mesmo na Europa”, disse outro manifestante, Azad Suleiman, de 55 anos, à AFP.

Em França, as manifestações em homenagem às vítimas ocorreram no sábado e ficaram marcadas pela violência em Paris e Marselha (sudeste).

O ataque de sexta-feira, descrito como “odioso” pelo Presidente francês Emmanuel Macron, reavivou o trauma do assassinato de três ativistas curdos em Paris em janeiro de 2013, um caso que continua por resolver até hoje.