Em declarações aos jornalistas à chegada do Parque Eduardo VII, em Lisboa, onde decorre esta tarde a cerimónia de acolhimento dos peregrinos da JMJ, que contará com a presença do Papa Francisco, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre como é que se sentiu ao ouvir o líder da Igreja Católica deixar avisos, esta quarta-feira, à Europa, em particular sobre as migrações.

“Eu acho que o Papa tem toda a razão. Ele, no fundo, disse da Europa o seguinte: que a Europa, neste momento de guerra, de reconstrução da paz, ou está à altura do seu papel, ou fica marginalizada, porque é evidente que há potências mundiais, como os Estados Unidos, como a China, como outras potências que quererão jogar e desempenhar um papel económico, social, político no mundo”, afirmou.

O chefe do Estado salientou que a Europa “ou mantém a unidade, é fiel aos seus valores, se projeta para fora, tem a capacidade de compreender que tem de se dar com África, com a América Latina, com a Ásia e não fechar-se e não ser egoísta, ou então a Europa perde uma oportunidade histórica”.

“A Europa, em muitos aspetos está a ir tarde, noutros não. Chegou tarde à pandemia, chegou cedo às alterações climáticas, mas está a chegar tarde à abertura a África, à abertura a outros continentes, está a chegar tarde a ter uma política comum de migrações”, advertiu.

Marcelo Rebelo de Sousa reforçou que “quem chega tarde, perde uma oportunidade histórica, e a Europa pode perder uma oportunidade histórica”.