Marcelo Rebelo de Sousa visitou na sexta-feira a barragem de Fagilde, que fornece água aos concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo, tendo ficado espantado por a reserva de água só ser suficiente para 20 dias de abastecimento.

O chefe de Estado falou com os autarcas e inteirou-se do que está a ser feito para resolver a questão de escassez de água devido à seca.

Questionado hoje pelos jornalistas sobre se está a ser feito tudo para resolver a situação, o Presidente da República afirmou: “Não atiro pedra a ninguém, não atiro pedra aos autarcas, que estão a fazer o que podem, nem ao Governo, que está a fazer o que pode”.

“Agora vamos ver se aquilo que estão a fazer todos. Espero bem que chegue para resolver os problemas de curtíssimo prazo e que encaminhe os problemas de curto prazo”, continuou o Presidente da República, que falava aos jornalistas no final da sua intervenção no Congresso Nacional de Estudantes de Medicina – CNEM 2017, que decorreu hoje na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a visita à barragem de Fagilde revelou “a seca na sua expressão mais evidente: três metros e meio de altura [de água] naquela barragem”.

Mas, “também ouvi os autarcas dizerem o que estão a fazer e o que estão a acertar com o Governo. E o que é que estão a fazer? No curtíssimo prazo transporte de água por camiões cisterna, um esforço conjunto de vários municípios, para já reunindo quatro ali, mas a ideia é alargar o esforço a oito”, prosseguiu o chefe de Estado.

Além disso, também estão previstos “furos para encontrar mais água, aproveitamento de água de pedreiras, isto é, recurso a tudo o que possa ser uma ajuda para o curtíssimo prazo”, acrescentou.

“Depois, no curto prazo, [estão previstas] medidas já muito avançadas para aumentar a capacidade existente nas albufeiras, em conjunto com o Governo, ligação entre os vários subsistemas para circulação de água, planeamento de novas estruturas para o futuro, mas de concretização a prazo não muito longo”, disse.

“Portanto, achei que as ideias estavam muito claras na cabeça dos presidentes de câmara e na conversa que tinham tido com o Governo quanto àquilo que era preciso fazer de imediato”, explicou, adiantando que os autarcas apontaram que, depois de fazerem as contas, excluíram o transporte de água por comboio, preferindo os sistemas de camiões cisterna.

Em suma, os autarcas informaram o Presidente da República do que estão a planear fazer no “curtíssimo prazo” e ainda no horizonte de “um/dois anos”, isto “supondo obviamente que entretanto não há, com a chuva, capacidade de melhorar o panorama atual”.

A barragem de Fagilde abastece 130 mil pessoas dos concelhos de Mangualde, Nelas, Viseu e Penalva do Castelo.