Em declarações à chegada ao Palácio de Cristal, onde iniciará o festejo do São João, no Porto, o chefe de Estado pediu aos jornalistas que essa pergunta lhe seja feita dentro de um ano, quando já forem conhecidos os resultados das eleições europeias agendadas para o início de junho de 2024.

“O Presidente da República, o que tinha a escolher do seu futuro, escolheu dentro das condições que existiam e agora tem de cumprir o mandato até ao fim. Aquilo que cada qual, na cena portuguesa e europeia, quer seguir é uma escolha própria e tudo o que eu dissesse agora não era bom nem para Portugal nem para a Europa”, começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa.

E prosseguiu: “Como a minha função não é criar problemas nem a Portugal nem à Europa não vou dizer nada”.

Lembrando que se está a um ano das eleições europeias das quais “sairá um determinado resultado e, em função disso, acordos interpartidários na distribuição de lugares importantes”, frisou que o país tem “quem esteja em funções em Portugal, logo não é bom nem para a Europa nem Portugal, neste momento especular sobre isso”.

“Esperem pelo São João do ano que vem e façam-me a pergunta porque aí será mais fácil dar a resposta”, respondeu perante a insistência dos jornalistas.

Sobre a questão dos migrantes do Samouco, afirmou tratar-se de “um assunto sério” e que “ainda bem que está a ser acompanhado e investigado” porque é do “interesse da sociedade portuguesa, mas também do respeito das pessoas e isso é fundamental”.

Questionado se uma nova agência só para tratar estas questões pode agilizar a resposta, recordou o percurso de transição, que considerou “muito longo”.

“Eu acompanhei o que o Ministro da Administração Interna foi fazendo para encontrar equilíbrios laborais, difíceis, e que era pegar no SEF e distribuir pela PSP, GNR, Polícia Judiciária, manter uma parte da antiga estrutura e criar uma nova agência e essa nova agência herdar do passado aquilo que é o resultado deste período transitório. No entanto continuou a haver problemas. Até normalizar há aqui um tempo de transição e, nesse sentido, depois surgem queixas, porque demora tanto tempo a regularizar o que vem do passado”, defendeu.

Sobra ideia lançada “pelo BE, no pretérito Governo, e depois foi acolhida genericamente pelo Parlamento”, refletiu ter “alguma lógica, para certas missões, policiais e mais administrativas, que a agência pretenda ir direta a problemas sociais”.