No final da visita à Escola Técnica Profissional da Moita, no distrito de Setúbal, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre as peças jornalísticas que a SIC tem transmitido nos últimos dias sobre a atuação do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, nos anos que antecederam a resolução do Banco Espírito Santo.

"Em primeiro lugar, não vi aquilo de que me falam. Em segundo lugar, como se imagina, não vou fazer nenhuma declaração sobre essa matéria, não tenho nada a dizer. Ainda ontem [quinta-feira] disse que o sistema financeiro é um sistema que se quer consolidado e forte e, portanto, não vou fazer nenhuma afirmação sobre o sistema financeiro que vá contra aquilo que disse ontem [quinta-feira]", começou por responder.

Perante a insistência dos jornalistas sobre este tema, o Presidente da República reiterou que o "sistema financeiro tem vindo a consolidar-se no último ano, está a fazer um grande esforço de consolidação agora" e, por isso, não vai dizer "nada que vá contra essa orientação".

"Neste momento, o importante é consolidação, reforço do sistema financeiro, a pensar no futuro. É isso que é importante", respondeu, escusando-se a fazer mais comentários.

Questionado sobre a notícia avançada na quinta-feira pelo O Jornal Económico, de que mais de metade dos 10 mil milhões de euros de transferências para 'offshore' que não apareciam nas estatísticas entre 2011 e 2014 foram declarados pelo Banco Espírito Santo (BES), Marcelo Rebelo de Sousa voltou a remeter-se ao silêncio: "não comento esses casos pontuais. Do que se trata é olhar para o futuro e dar força ao sistema financeiro".

Relativamente à polémica da Caixa Geral de Depósitos, que tem tido inúmeros episódios entre os partidos no parlamento, o chefe de Estado recusou pronunciar-se sobre o que se passa na Assembleia da República.

"Uma coisa é certa: o parlamento é eleito pelos portugueses, é um órgão de soberania fundamental para a nossa democracia e, portanto, o Presidente da República permanentemente está preocupado em prestigiar, respeitar e valorizar o parlamento", disse apenas.

Também sobre uma eventual visita do primeiro-ministro a Angola, Marcelo Rebelo de Sousa manteve a tónica de não responder às perguntas dos jornalistas: "também não tenho nada a comentar sobre as especulações sobre essa matéria".

"Neste momento não faz sentido estar a fazer especulações sobre essa matéria. Não me vou pronunciar sobre isso, visitas internacionais. Eu naturalmente conheço as visitas de Estado, do Presidente da República, os convites a chefes de Estado. São realidades que são tratadas de uma maneira discreta e não é na praça pública", disse apenas.