“Os portugueses pela minha voz agradecem 100 anos de vida, 100 anos de obra, 100 anos de serviço a Portugal”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, numa declaração no Palácio de Belém, após a notícia da morte de Adriano Moreira.

O Presidente da República traçou um retrato da vida do antigo presidente do CDS, considerando que “durante 100 anos foi tudo ou quase tudo”.

“Académico, mestre de civis e militares, lutador pela liberdade e democracia, depois reformador impossível em ditadura, ainda assim, revogando o Estatuto do Indigenato. Exilado, regressado, presidente de um partido político, vice-presidente da Assembleia da República, Conselheiro de Estado”, elencou.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que Adriano Moreira “atravessou dois regimes, andou pelo mundo, deixando discípulos, defendendo a nossa língua, a nossa cultura, a nossa pátria comum, sempre com inteligência, com brilho, com tenacidade, com orgulho transmontano, com orgulho português”.

“Deixou-nos há duas horas Adriano Moreira. Em paz, sereno, na história, mas acima da história como sempre viveu”, disse.

O antigo presidente do CDS morreu hoje aos 100 anos, confirmou à Lusa fonte do partido.

Adriano Moreira foi ministro do Ultramar no período da ditadura (1961-1963) e deputado e presidente do CDS-PP já na democracia, mantendo sempre a ligação à universidade e à reflexão em matéria de Relações Internacionais.

Com 100 anos completados em 06 de setembro passado, foi condecorado pelo Presidente da República em junho com a Grã-Cruz da Ordem de Camões.