"Chegamos à conclusão que mesmo quando o PIB [Produto Interno Bruto] está cá mais para baixo e a situação financeira e económica não é tão boa assim, ainda assim os portugueses têm uma solidariedade que está no alto, no topo", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas durante o lançamento do projeto de solidariedade social na Casa da Ajuda de Berço, em Lisboa.

Segundo o Presidente da República, "hoje, além dos números económicos e financeiros, há o chamado desenvolvimento humano e os países considerados mais evoluídos são aqueles que em termos de qualidade têm melhor indicadores na educação, na qualidade de vida, no ambiente, em termos de paz social, de criminalidade, diálogo entre as gerações".

Marcelo Rebelo de Sousa realçou a importância de haver crescimento do PIB, mas considera que isso apenas "não basta" porque "é preciso haver justiça social, solidariedade e gestos" como aquele da cerimónia à qual presidiu.

O gesto em causa foi o lançamento do relógio "Swatch Docinho", revertendo parte das receitas da venda para a compra de bens de primeira necessidade da associação Ajuda de Berço.

O Presidente da República apelou aos portugueses para que contribuam "porque se forem vendidos 20 relógios estão a permitir um dia de [alimentação] na vida da instituição".

"E um dia de vida para estas crianças é uma eternidade. É um pequeno gesto pode criar felicidade eterna e é destes pequenos gestos que se faz a felicidade nacional", enfatizou.

Marcelo Rebelo de Sousa - que no evento esteve acompanhado pelas antigas primeiras-damas Maria Cavaco Silva e Maria José Ritta - "não há maneira ainda de medir a felicidade bruta e a felicidade líquida, mas essa felicidade aumenta com estes gestos".

"É do somatório destes pequenos gestos que se faz a felicidade nacional", sublinhou.

Os relógios estão à venda a partir de quinta-feira e a compra de quatro vai permitir, segundo as entidades envolvidas, fraldas suficientes para uma semana da casa, enquanto 36 representam uma vacina para uma das crianças.

O chefe de Estado visitou depois a Casa da Ajuda de Berço, em Monsanto, uma associação que desde 1998 dá "colo, carinho e casa a bebés e crianças desprotegidos".