"Nós, em Portugal, temos feito exatamente o que devíamos e deveremos continuar a fazer. Condenámos o que praticamente todos viriam a condenar, e condenámos muito antes da maior parte desses todos. E ainda hoje condenámos unanimemente no Conselho de Estado", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa perante a comunicação social, no Palácio da Cidadela de Cascais, no distrito de Lisboa.

Marcelo alertou que a invasão russa da Ucrânia já teve e terá "custos enormes" para a Europa e que vêm aí "tempos muito difíceis", para os quais pediu unidade, solidariedade e eficácia.

"Temos de garantir bens essenciais, de assegurar o funcionamento da economia, de apoiar as empresas, a começar nas dos setores cruciais, cuidar das pessoas, em particular das mais pobres, carenciadas ou sacrificadas. Temos ainda de exigir dos responsáveis a contenção nas palavras. Tudo isto com firmeza nos valores e princípios, clareza nas decisões, mas serenidade na postura", defendeu.

Marcelo Rebelo de Sousa falava perante a comunicação social no Palácio da Cidadela de Cascais, no distrito de Lisboa, após uma reunião do Conselho de Estado que teve como único ponto da ordem de trabalhos a situação na Ucrânia.

"O que já se passou teve, tem e terá custos enormes na vida de todos nós, nomeadamente na Europa. Não há como negá-lo ou fazer de conta de que esses custos não cairão de uma forma ou de outra nas nossas vidas. E há que enfrentá-los com a mesma coragem e determinação reveladas nos últimos dois anos, em espírito de unidade, coesão, solidariedade e eficácia", afirmou.

O chefe de Estado considerou que Portugal tem feito o que devia desde o início desta guerra, e acrescentou: "Não nos iludimos quanto aos tempos muito difíceis que aí estão ou que aí vêm. Estamos atentos àquilo que em cada momento é necessário e possível fazer para enfrentar os custos da guerra, como aconteceu com a pandemia".

Depois de elencar os objetivos que considera prioritários nesta conjuntura - garantir bens essenciais, apoiar as empresas, cuidar dos mais pobres -, Marcelo Rebelo de Sousa observou: "Quando digo que temos feito tudo isto e teremos de continuar a fazer, digo os responsáveis políticos, a começar no Presidente da República, e todos os portugueses, tal como durante a pandemia".

Na reunião de hoje do Conselho de Estado, que teve como único ponto da ordem de trabalhos "a situação na Ucrânia", não participaram os conselheiros Domingos Abrantes, do PCP, Carlos César, do PS, nem o líder do PSD, Rui Rio, e Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira.

Ao 19.º dia de invasão da Ucrânia pela Rússia, o Conselho de Estado esteve reunido desde as 15:20 até perto das 19:00.