O programa do chefe de Estado hoje começa no Glencree Centre, organização para a paz e reconciliação, onde terá uma sessão de diálogo confidencial com líderes políticos irlandeses, fechada à comunicação social, e visitará uma exposição sobre o papel das mulheres no processo de paz na Irlanda do Norte.

A seguir, o Presidente da República e comitiva — que inclui o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e deputados do PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal e PCP — irão almoçar a bordo de um navio do instituto de marinha irlandês ancorado nas docas de Dublin, na margem sul do rio Liffey, e conhecer os seus projetos de investigação.

De tarde, Marcelo Rebelo de Sousa receberá um doutoramento ‘honoris causa’ pela University College Dublin e ao fim do dia oferecerá ao Presidente da Irlanda, Michael Higgins, uma receção, na Farmleigh House, onde se encontra hospedado.

Estão previstas breves declarações dos dois chefes de Estado nesta receção e um momento musical de guitarra portuguesa por Marta Pereira da Costa.

O regresso do Presidente da República a Portugal está previsto para as 21:00.

Há 23 anos que um Presidente português não visitava oficialmente a Irlanda. O último foi Jorge Sampaio, em 1999, também em visita de Estado. Sampaio voltou a Dublin em 2004, dessa vez já não em visita oficial, para uma conferência sobre VIH/Sida.

Michael Higgins, Presidente da Irlanda desde novembro de 2011, esteve em Portugal em visita de Estado entre 09 e 10 de dezembro de 2015, quando Aníbal Cavaco Silva era Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Dublin na terça-feira ao fim do dia, mas o programa desta visita de Estado só começou na quarta-feira de manhã, com uma receção com honras militares na residência oficial do Presidente da Irlanda, onde cumpriu a tradição de simbolicamente plantar uma árvore nos jardins — um carvalho — e fazer soar o “sino da paz”.

Na quarta-feira, encontrou-se também com o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, e visitou as duas câmaras do parlamento.

A meio do dia, o chefe de Estado falou aos jornalistas na livraria Hodges Figgis, uma das mais antigas da Europa, e considerou que esta deslocação “vem no contexto certo, por várias razões”, relacionadas com a situação de guerra na Ucrânia, com as negociações pós-‘Brexit’ e com as relações bilaterais.

“As relações bilaterais com a Irlanda deram um pulo monumental “, afirmou, referindo que houve “um crescimento de mais de 100% do turismo irlandês neste ano em Portugal” e que “uma comunidade jovem” portuguesa está a chegar a Irlanda.

Esta é a 18.º visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa, depois das que realizou a Moçambique, Suíça e Cuba, em 2016, Cabo Verde, Senegal, Croácia, Luxemburgo e México, em 2017, São Tomé e Príncipe, Grécia, Egito e Espanha, em 2018, Angola, China, Costa do Marfim e Itália, em 2019, e índia, em 2020.