"O navio encontra-se operacional e a causa da paragem súbita de quatro motores diesel, dois geradores elétricos e dois propulsores, resultou de baixos níveis de combustível no tanque de serviço que alimenta os respetivos motores e geradores", adianta a Marinha Portuguesa em comunicado, frisando que "após a reposição de combustível no tanque de serviço", os "dois geradores e os dois propulsores arrancaram sem problemas".

"O navio está recuperado e já navegou hoje", adianta ainda a nota.

Em causa está a notícia de 28 de março, quando o Comando da Marinha da Zona Marítima da Madeira avançou em comunicado que o NRP ‘Mondego’ largou "do porto do Funchal por forma a efetuar a rendição dos agentes da Polícia Marítima e de elementos do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza nas Ilhas Selvagens, tendo, por motivos de ordem técnica, regressado" ao porto do Caniçal a reboque.

A informação adiantava que o navio seria objeto "de uma inspeção técnica por parte de peritos da direção de Navios" destacados para irem à Madeira.

Descoberta a origem da incapacidade do NRP Mondego se deslocar às Ilhas Selvagens, a Marinha diz agora estarem "em curso averiguações para apurar o que falhou na resposta ao mecanismo de alerta de nível baixo de combustível no tanque de serviço e reposição deste por trasfega de um dos nove tanques de reserva existentes a bordo.

A nota justifica ainda que "o tempo que mediou a reposição do navio ao serviço deveu-se à necessidade de recolher evidências sobre as causas do incidente e registar o estado da plataforma", já que "este processo envolveu, desde logo, a necessidade de testar a qualidade de combustível de todos os tanques a fim de excluir a paragem destes por motivos de degradação do mesmo, o que levou o navio a estar inativo, sem geradores elétricos, dois dias".

Esta é mais recente notícia a envolver o NRP ‘Mondego’, que no passado dia 11 de março falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, após 13 militares se terem recusado a embarcar, alegando razões de segurança.

A Marinha participou o sucedido à Polícia Judiciária Militar (PJM), em Lisboa, no âmbito de inquérito criminal, tendo também instaurado processos disciplinares.

Segundo a defesa dos militares, o Ministério Público suspendeu a audição dos militares que estava agendada para analisar o processo com mais detalhe.

Em causa estarão infrações ao código da Justiça Militar por “insubordinação por desobediência” e “insubordinação por prisão ilegal ou rigor ilegítimo”.

Entre as várias limitações técnicas invocadas pelos militares para se recusarem a embarcar constava o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais, entre outras alegadas deficiências do navio.