Segundo informação oficial da presidência angolana, o líder daquele órgão de soberania é portador de uma mensagem do chefe de Estado angolano, dirigida ao homólogo português, na qual José Eduardo dos Santos expressa "profunda consternação" pela morte de Mário Soares, considerando-o "figura cimeira da história recente de Portugal e uma referencia incontornável na luta pela instauração e consolidação da democracia".

Acrescenta tratar-se de uma "perda" que "abre um vazio difícil de preencher".

Fernando da Piedade Dias dos Santos já viajou no domingo para Lisboa, acompanhado do secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, sendo ainda portador de uma mensagem do Presidente angolano para a família de Mário Soares.

Mário Soares morreu no sábado, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado desde 13 de dezembro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.

O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos a partir das 13:00 de segunda-feira, e o funeral de Estado realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.