O gelo foi detetado em oito locais, a profundidades variáveis entre um a dois metros e os cem ou mais metros, pela sonda norte-americana MRO, que visa procurar vestígios de água no 'planeta vermelho'.

Segundo os autores do estudo, publicado na revista científica Science, o gelo, que existe de forma consistente, será relativamente recente, uma vez que há poucas crateras na superfície dos locais onde foi detetado.

Já se sabia que Marte tinha água gelada em algumas zonas. Contudo, o novo estudo vem ajudar a clarificar algumas questões, como a sua pureza, extensão e espessura.

A investigação, conduzida por cientistas de diversas universidades norte-americanas, sugere que o gelo distribui-se em camadas distintas, que podem ser indiciadoras das alterações climáticas em Marte ao longo do tempo.

A partir dos dados recolhidos pela sonda, a equipa de investigadores estima que a quantidade de gelo está a diminuir poucos milímetros a cada verão marciano.

O gelo encontrado em Marte pode ser uma fonte útil de água para futuras missões humanas no planeta, além de afetar a sua geomorfologia, poder conservar vestígios da evolução do clima e influenciar a sua 'habitabilidade', refere um comunicado da American Association for the Advancement of Science (Associação Americana para o Avanço da Ciência), que edita a Science.