“Sim, existe uma contraproposta apresentada pelo Hamas, mas não posso entrar em pormenores. O que posso dizer é que estamos a trabalhar arduamente com Israel, Qatar e Egito para colmatar as lacunas e tentar chegar a um acordo”, afirmou Blinken numa conferência de imprensa em Viena, salientando que Israel “enviou negociadores para continuar o processo”.

“Penso que isto reflete o sentido de possibilidade e de urgência para chegar a um acordo, a um cessar-fogo, para recuperar os reféns e para fazer chegar ainda mais ajuda humanitária”, acrescentou.

Pouco antes, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha afirmado em comunicado que Israel iria enviar uma delegação a Doha, no âmbito das negociações sobre a troca de reféns detidos em Gaza por prisioneiros palestinianos.

Na semana passada, Israel não enviou qualquer representante ao Cairo, onde os países mediadores se reuniram com uma delegação do Hamas.

O movimento islamita palestiniano, que até agora exigia um cessar-fogo definitivo em Gaza antes de qualquer acordo sobre os reféns, está agora pronto para uma trégua de seis semanas, durante a qual 42 reféns, mulheres, crianças, idosos e doentes poderiam ser libertados em troca de 20 a 50 prisioneiros palestinianos, disse um dos seus responsáveis à AFP.

Questionado sobre uma possível ofensiva israelita contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza e junto à fronteira com o Egito, Blinken disse que “ainda não tinha visto um plano” por parte dos israelitas, mas sublinhou que os Estados Unidos pedem um outro “que possa ser implementado”.

Netanyahu prometeu continuar a guerra até que o Hamas seja eliminado e anunciou que está para breve uma ofensiva contra Rafah, na fronteira fechada com o Egito, onde, segundo a ONU, se concentram cerca de um milhão e meio de palestinianos.

Washington manifestou a sua oposição a qualquer ofensiva em Rafah que ponha em perigo os civis que aí se refugiaram.

Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza durante o ataque sem precedentes de 07 de outubro pelos comandos do Hamas no sul de Israel, que causou a morte de pelo menos 1.160 pessoas, na maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.

Segundo Israel, 130 reféns capturados a 07 de outubro continuam detidos em Gaza, 32 dos quais terão morrido.

A operação militar israelita lançada em represália ao ataque de 07 de outubro já causou quase 31.500 mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.