Questionado pelos jornalistas no final da cerimónia de tomada de posse do executivo - composto por oito vereadores do PS, quatro do CDS-PP, dois do PSD, dois do PCP e um do BE -, Medina apontou que "é normal num executivo municipal que haja um diálogo permanente com os vários partidos, com os vários vereadores".

"Neste momento estamos a dialogar, a ver se é possível estabelecer uma plataforma mais permanente de entendimentos ao longo do mandato, ou se esses entendimentos terão de ocorrer de forma mais pontual ao longo do mandato", especificou.

Apesar de ter afirmado que "o debate ainda não está concluído", o autarca não quis apontar um prazo para o fim das negociações.

Medina aproveitou para referir que, nos últimos anos, o PS teve "a capacidade de procurar os entendimentos e de alargar as convergências para as principais decisões", e que agora está a tentar estabelecer um acordo "à esquerda, naturalmente", que lhe dê a maioria.

Com um executivo de 17 eleitos, o PS necessitaria de mais um vereador para ter maioria.

Nos dias após as autárquicas, tanto PS como BE mostraram-se disponíveis para chegarem a um entendimento, tendo mesmo sido anunciadas conversações entre os dois partidos.

Quanto ao PCP, Medina admitiu hoje que "infelizmente não se mostrou disponível para um acordo mais permanente de governação da cidade" e que, por isso, "não houve negociação".

Questionado sobre um possível acordo à direita, o socialista advogou que "não é viável dadas as diferenças do programa e projetos político".

"Mesmo havendo entendimentos à esquerda, eu procurarei sempre governar a Câmara procurando abrangência nas decisões que vamos tomando, incluindo, claro, nos partidos à nossa direita", vincou, elencando que, para a execução do programa que apresentou, os entendimentos poderão vir da esquerda nuns aspetos e da direita noutros.

Apesar desta situação, o autarca quis deixar aos lisboetas "uma mensagem muito clara de tranquilidade, de serenidade e de boa governação da cidade de Lisboa".

Questionado sobre quais pastas irá atribuir a cada vereador, Medina foi taxativo: "quando for o tempo de falar sobre isso, falarei".