Em declarações em Hamburgo, no norte da Alemanha, Merkel disse: “Será muito interessante ver como formulamos o comunicado de amanhã [sábado] e mostrar claramente, é claro, que existem opiniões diferentes nesta área porque os Estados Unidos da América lamentavelmente querem sair do Acordo de Paris”.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou em junho passado que os Estados Unidos iam abandonar o Acordo de Paris, justificando então a decisão com a desvantagem que o acordo climático representa para o país.

Alvo de fortes críticas, a administração de Trump ficou isolada na cena internacional depois do anúncio da saída.

De acordo com o esboço do comunicado final da cimeira do G20, a que a agência noticiosa France Presse teve acesso, a maioria das grandes e emergentes economias mundiais vão reconhecer o isolamento norte-americano, sublinhando que todos os Estados que integram este fórum vão aplicar o Acordo de Paris.

“Tomamos nota da decisão dos Estados Unidos de sair do Acordo de Paris", indica o texto, acrescentando que os líderes dos outros países consideram o acordo internacional sobre o combate às alterações climáticas como "irreversível".

Uma das incertezas que marcaram a preparação desta cimeira era se os restantes 19 países do G20 iam estabelecer efetivamente uma posição unida sobre a questão das alterações climáticas.

Por exemplo, a posição da Arábia Saudita, um aliado de Washington e um dos maiores produtores de petróleo, levantou algumas dúvidas.

Se os líderes internacionais assinarem este documento final, isso irá transmitir uma mensagem clara a Trump: não vai existir um retrocesso ou uma renegociação total do Acordo de Paris.

Mesmo que a porta permaneça aberta para os Estados Unidos, Washington terá de reconsiderar a sua posição em relação ao acordo climático.

Esta opção foi hoje levantada, por exemplo, pela ministra britânica, Theresa May, à margem da cimeira.

"O Acordo de Paris não será renegociado. Mas espero que os Estados Unidos encontrem um caminho para regressar”, declarou a política, em declarações à estação britânica pública BBC.

“A nossa mensagem coletiva que será entregue ao Presidente Trump (…) vai insistir na importância de um regresso dos Estados Unidos aos Acordos de Paris e espero que possamos trabalhar nesse sentido”, acrescentou May.

De acordo com uma fonte próxima das negociações, uma passagem do esboço da declaração final da cimeira do G20, bastante favorável aos combustíveis fósseis, está a ser ainda debatida energicamente pelas várias partes.

Concluído em 12 de dezembro de 2015 na capital francesa, assinado por 195 países e já ratificado por 147, o acordo entrou formalmente em vigor em 04 de novembro de 2016, e visa limitar a subida da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.

O acordo histórico teve como “arquitetos” centrais os Estados Unidos, então sob a presidência de Barack Obama, e a China.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.