“Todos nós nesta sala pertencemos verdadeiramente aos segmentos mais vilipendiados da sociedade norte-americana neste momento. Pensem nisso. Hollywood, estrangeiros e a imprensa”, disse Streep em tom de piada.

Mas cedo a piada passou a ser conversa séria, naquele que foi o discurso mais político da noite. “Hollywood está cheia de estrangeiros e se os mandarem todos embora não terão nada para ver exceto futebol e MMA (Mix Martial Arts), que não são as artes”.

“O trabalho de um ator é entrar na vida de pessoas que são diferentes de nós e permitir que vocês [público] sintam como é isso. Houve muitas performances incríveis este ano, mas houve uma que me impressionou, não porque tenha sido boa, mas porque foi eficaz e fez o seu trabalho, fez a audiência rir e mostrar os dentes”, começou por contar Meryl Streep, recordando o momento em que “a pessoa que estava a pedir para se sentar no lugar mais respeitado do nosso país [Casa Branca] imitou um repórter com uma deficiência”. "Partiu-me o coração e não o consigo tirar da cabeça porque não foi num filme, foi na vida real", disse.

E, alerta Streep, quando alguém com poder maltrata aqueles que têm menos capacidade de se defender “é como se desse permissão a todos os outros para fazer o mesmo”. “O desrespeito convida ao desrespeito. A violência incita a violência”, acrescentou.

A atriz acabou o discurso a pedir que os atores não esqueçam “o privilégio” e a “responsabilidade” que têm, e à imprensa que seja capaz de questionar e pedir responsabilidades a Trump e ao seu executivo sempre que necessário… e tudo isto sem referir nem uma única vez o nome do presidente eleito. Trump assume o cargo de Presidente dos EUA a 20 de janeiro.

Veja aqui o discurso completo:

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