"Estamos a aguardar com tranquilidade os resultados dessa primeira fase. Até porque o que nos interessa verdadeiramente é perceber se face àquilo que fizemos e estamos ainda a fazer, é preciso fazer alguma alteração para garantir a resiliência de uma estrutura, que no final do dia é o que importa", disse hoje Tiago Braga.

O responsável da Metro do Porto falava aos jornalistas numa visita do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e do secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, ao estaleiro das obras da futura estação do Hospital Santo António, no Porto, parte da futura linha Rosa (São Bento - Casa da Música).

Foi precisamente na zona do início dessa linha que, em 7 de janeiro, o rio da Vila, curso subterrâneo que serve para escoar as águas pluviais do centro histórico do Porto, correu à superfície, provocando enxurradas na Rua Mouzinho da Silveira.

Na sequência do apuramento de responsabilidades, a Metro do Porto e a Câmara Municipal pediram ao LNEC a elaboração de um relatório sobre o sucedido, pedindo também medidas preventivas para o futuro.

"A primeira fase do relatório, a perspetiva do LNEC seria entregar três meses após o início dos trabalhos. Os três meses estão a chegar ao fim. Nós contamos, nas próximas semanas, ter essa primeira fase, que é também a fase que diz respeito à avaliação daquilo que sucedeu na Praça Almeida Garrett [São Bento]", disse Tiago Braga aos jornalistas.

A Metro do Porto pretende ainda "verificar e validar tudo aquilo que foram os cálculos que tiveram por base ao sistema hídrico daquela zona, toda aquela alteração dos processos em torno do rio da Vila", algo que "demorará mais algum tempo".

"O LNEC já fez o trabalho de campo, já recolheu a informação bibliográfica necessária para fazer a sua avaliação, estamos a aguardar", disse o responsável.

Durante a visita de hoje, Tiago Braga deu conta dos avanços na frente de obra entre o Hospital de Santo António (estação no Jardim do Carregal) e São Bento (estação na Praça da Liberdade).

"É um túnel com 535 metros de extensão. Neste momento está cerca de metade do túnel executado, estamos na fase da escavação. Depois de concluído todo o processo de escavação, entraremos na segunda fase de revestimento secundário definitivo", explicou aos jornalistas.

O responsável explicou que atualmente o túnel já se encontra escavado até à zona da Reitoria da Universidade do Porto, na Praça Gomes Teixeira, vulgarmente conhecida como Praça dos Leões.

Os custos inicialmente previstos para a Linha Rosa, de 189 milhões de euros, aumentaram cerca de 54 milhões de euros, mantendo-se a previsão de conclusão das obras para dezembro de 2024.

Além da empreitada, o investimento global nas linhas Amarela (Santo Ovídio - Vila d'Este) e Rosa ronda os 407 milhões de euros, incluindo expropriações, projetos, fiscalização, equipamento e sistemas de apoio à exploração.