“Os homicídios intencionais em 2016 no México fizeram 23.000 vítimas”, disse Antonio Sampaio, especialista do IISS.

A Síria, país mergulhado numa guerra civil desde 2011, foram contabilizados 60.000 assassínios, acrescentou.

“É muito raro a violência criminal atingir níveis de um conflito armado”, afirmou.

É o que está a acontecer no triângulo norte da América Central (Honduras, Guatemala, El Salvador), com 16 mil homicídios, e em particular no México, considerou o especialista.

Com efeito, a taxa de homicídios diminuiu nos referidos três países, mas não no México que registou um aumento de 11% no número de homicídios entre 2015 e 2016.

Para o IISS, a onda de violência no México foi causada pela decisão, em dezembro de 2006, do então Presidente mexicano Felipe Calderon de declarar guerra ao tráfico de droga.

“O conflito resultante trouxe miséria ao México: 105.000 pessoas foram assassinadas intencionalmente entre essa data e novembro de 2012″, afirmou.

O aumento da violência entre 2015 e 2016 deveu-se a uma corrida ao armamento entre cartéis, dado que “o objetivo desses grupos criminosos passa por afirmar a autonomia em áreas urbanas com atividades ilícitas como tráfico de cocaína, produção de heroína, e cada vez mais laboratórios de drogas sintéticas”, explicou o mesmo especialista do IISS.

Este cenário juntou-se a um contexto de “fraqueza institucional e de corrupção generalizada que infestou o Estado mexicano”, concluiu.