Miguel Urbano Rodrigues, escreve o Presidente numa mensagem divulgada no ‘site’ da Presidência da República, foi “acima de tudo, um combatente”.

Marcelo Rebelo de Sousa refere ainda que “Miguel Urbano Rodrigues foi jornalista e escritor, mas foi sobretudo um lutador pelos seus ideais: pela Liberdade, antes da Revolução, combate que o levou ao exílio no Brasil, mas também já em tempos de Democracia, como deputado na Assembleia da República”.

De acordo com o Presidente, Miguel Urbano Rodrigues foi “um Cidadão empenhado na defesa do que considerou sempre ser o caminho para o bem comum”.

“À sua Família e ao seu Partido de sempre o Presidente da República envia os sentidos pêsames”, conclui a mensagem.

O corpo está em câmara ardente desde as 14:00 de hoje, no Centro Funerário da Lapa, no Porto, e o funeral realiza-se na segunda-feira, a partir das 16:00, disse à Lusa fonte próxima da família.

Nascido em Moura, a 02 de agosto de 1925, o escritor e jornalista teve a vida determinada pela militância política, pelo marxismo, pelo “direito de rebelião contra a tirania” e pela oposição àqueles que designava “senhoritos” do poder.

Foi redator do Diário de Notícias (1949/56), chefe de redação do Diário Ilustrado (1956/57) e exilou-se no Brasil durante a ditadura, onde foi editorialista de O Estado de S. Paulo (de 1957 a 1974), regressando a Portugal após o 25 de Abril.

Foi diretor do jornal O Diário, chefe de redação do Avante!, militante do PCP e um dos maiores pensadores da esquerda portuguesa.

Publicou em Portugal e no Brasil mais de uma dezena de livros, desde textos políticos a obras de ficção.

Foi deputado à Assembleia da República pelo PCP, entre 1990 e 1995, e deputado às Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da União da Europa Ocidental.

Miguel Urbano Rodrigues é filho do escritor e político republicano Urbano Rodrigues, irmão de Urbano Tavares Rodrigues e pai do cineasta Sérgio Tréfaut.

Numa entrevista à jornalista Ana Lourenço na Sic Notícias, em 2008, Miguel Urbano Rodrigues dizia que o “século XXI vai ser um século de novas revoluções”, aludindo a poderes que “promovem a desigualdade social”.