A chamada “Marcha Nacional pela Reintegração” partiu de Hyde Park, passou pelas ruas do centro de Londres e terminou num comício em Westminster Square, a praça defronte do edifício do parlamento britânico.

“Vamos fazer uma manifestação todos os anos até voltarmos à UE. Muitas pessoas que votaram a favor do ‘Brexit’, como os agricultores e pescadores, arrependeram-se e acredito que este movimento vai continuar a crescer”, afirmou à Agência Lusa a co-fundadora da ‘March for Rejoin’, Lee Rudd.

Um dos oradores, o eurodeputado belga Guy Verhofstadt, justificou a presença com a necessidade de “dar um sinal de que a Europa está à espera do Reino Unido”, negando cansaço em Bruxelas com os britânicos.

O antigo primeiro-ministro belga admitiu à Lusa que a opinião pública britânica sobre a UE ainda “é volátil”, mas acredita que “existe um sentimento grande de que o Brexit não funcionou”.

Uma sondagem da empresa We Think estimou que 62% dos britânicos votariam a favor de reintegrar a UE, contra 38% que prefeririam continuar fora, mas outras sondagens apontam para uma diferença menor entre os dois campos.

Eric, um jovem manifestante com a cara totalmente pintada de azul e decorada com estrelas amarelas, afirmou à Lusa que as manifestações são importantes para “passar a mensagem aos políticos”.

O amigo James está consciente de que “vai demorar” até o Reino Unido voltar a aderir em pleno à UE, mas acredita que progressivamente haja uma aproximação ao longo dos anos.

“Aderimos aos programas Horizonte e Copernicus há pouco tempo e a certa altura será o programa Erasmus e a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio). Vai ser gradual até ser lógico voltar a ser membro”, prognosticou.

A saída do Reino Unido da UE foi decidida por 52% dos eleitores num referendo em 2016 e formalizada em 31 de janeiro de 2020.

A manifestação pró-UE de hoje foi aproveitada por grupos de algumas dezenas de pessoas para passar outro tipo de mensagens, como críticas à taxa sobre os carros mais poluentes em Londres (ULEZ), às vacinas e à anunciada proibição de cães ‘American bully XL’.