A encabeçar a manifestação, exibindo uma imensa faixa branca com o lema "No tinc por" [Não tenho medo, em catalão], que começou pouco depois das 17:00 em Lisboa (18:00 em Espanha), estão 75 representantes de todas as forças de segurança – Mossos, Polícia Nacional, Guarda Civil e polícias locais – e de emergência, assim como as entidades civis que tiveram um papel de destaque no passado dia 17 de agosto, no decorrer dos atentados de Barcelona e Cambrils, nos quais morreram 15 pessoas e mais de 120 ficaram feridas.
O rei Felipe VI marchou com os manifestantes, mesmo que num espaço mais afastado, destinado às autoridades como o chefe de governo espanhol Mariano Rajoy, presidentes regionais, ministros e líderes de partidos.
Na manifestação também pode ser vista a bandeira separatista catalã, ornada com uma estrela branca no fundo azul.
Os separatistas, que dirigem o governo regional catalão, vivem um confronto com o governo Rajoy pelo seu desejo em realizar a 10 de outubro um referendo sobre a independência, que Madrid classifica de ilegal.
Em função disso, manifestantes separatistas denunciaram a "hipocrisia" do Estado espanhol por protestar contra a violência jihadisas, mas, ao mesmo tempo, vender armas a países como a Arábia Saudita, acusados de vínculos com o islamismo radical.
Assim que integrou a manifestação, o Rei de Espanha aplaudiu os Mossos de Esquadra e o resto dos corpos de segurança, tendo-os cumprimentando um a um, entre demonstrações de afeto, acompanhado pelo chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy, entre outras personalidades.
Rajoy tinha pedido, durante o dia de ontem, que a população integrasse esta manifestação, "unidos contra o terrorismo".
Em conferência de imprensa, na sexta-feira, frisou a temática. “Quero apelar a todos para participarem na manifestação de amanhã (sábado) em Barcelona. Com toda a sociedade catalã e toda a Espanha, voltaremos a dar uma mensagem de unidade e de rejeição do terrorismo e de carinho pela cidade de Barcelona”, declarou Rajoy.
Hoje, assim que chegaram à manifestação, tanto o Rei Felipe VI, como Mariano Rajoy foram vaiados por alguns movimentos independentistas que conseguiram aproximar-se da frente da manifestação.
Os primeiros assobios, por volta das 17:45, foram para Mariano Rajoy e membros do Governo espanhol. Um pouco mais tarde, aconteceu o mesmo ao monarca espanhol.
Mesmo atrás desta primeira fila que encabeça a manifestação, e antes das filas destinadas aos políticos e representantes institucionais, há uma segunda frente onde seguem os representantes civis, com destaque para os familiares das vítimas dos atentados.
A integrar a manifestação pode ver-se um grande número de emblemas independentistas, sobretudo concentrados atrás dos políticos, assim como bandeiras catalãs e espanholas por todo o percurso.
Foram também exibidos dois grandes cartazes azuis com as frases “As vossas políticas, as nossas mortes”, e “Felipe VI e o Governo, cúmplices do tráfico de armas” de coletivos pela independência e que são contra a presença do rei e do governo central.
Mas o verdadeiro tema central que protagonizou a manifestação contra o terrorismo, em fundo branco e com letras pretas, foi o “Não tenho medo”, que também foi entoado de forma reiterada e que se podia ler em diferentes idiomas e em cartazes mais pequenos, levados cidadãos de diferentes nacionalidades, muitos deles turistas.
O Rei, Rajoy e as restantes autoridades caminharam pelo ‘Paseo de Gràcia’ até à Praça da Catalunha, ladeados por jovens de diferentes religiões, entre eles uma jovem com um lenço islâmico.
[Notícia atualizada às 19h04]
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