“A retirada obrigatória das famílias com filhos e residentes com mobilidade reduzida começou na comunidade de Kupiansk devido ao bombardeamento permanente do território pelas forças russas”, declarou a administração militar da região de Kharkiv.

O governador da região de Kharkiv, Oleg Synegoubov, afirmou que diversas localidades, incluindo Kupiansk, foram bombardeadas pelas forças russas com lança-foguetes múltiplos.

Kupiansk, situada a cerca de 100 quilómetros da cidade de Kharkiv, contava com 30.000 habitantes antes da guerra. Foi conquistada pelos russos nos primeiros dias da invasão, há um ano. Os ucranianos recuperaram o controlo da cidade em setembro, após uma rápida contraofensiva.

No entanto, as forças de Moscovo, reforçadas após a mobilização de centenas de milhares de reservistas, retomaram os ataques neste setor.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.101 civis mortos e 13.479 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.