O ministro falava durante uma audição conjunta das comissões parlamentares de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, e de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2017.

Questionado pelos deputados sobre as condições de segurança do MNAA, na sequência do acidente que ocorreu no domingo, no MNAA, que danificou uma escultura do século XVIII, o ministro avançou que "a criação de um novo sistema está a ser equacionada".

Na terça-feira, o gabinete do ministro da Cultura tinha anunciado o reforço de três vigilantes para o museu, até ao final do ano.

O MNAA anunciou também que será constituída uma equipa multidisciplinar para a recuperação da estátua do "Arcanjo São Miguel", que sofreu fraturas e perdas da camada policromada, mas que poderá ser recuperada, segundo os especialistas.

Hoje, no parlamento, o ministro da tutela apontou que o acidente "não resultou da falta de vigilância, porque havia um vigilante perto que até avisou o visitante".

"Mas só um super-homem seria suficientemente rápido para salvar a peça", ironizou o ministro, acrescentando que “mesmo que existisse um sistema eletrónico de segurança, o facto de disparar não evitaria" a queda da obra do século XVIII.

Contactado pela Lusa na terça-feira, António Filipe Pimentel, diretor do museu, disse que "a obra estava estável, fixada como deve ser, com um perímetro de segurança e proteção, que funcionou ao contrário do que devia, devido à aproximação" diferente do próprio turista.

"É aquilo que todos os diretores de museus mais temem e detestam. Mas acontece", acrescentou, sobre o acidente, que levou o Ministério da Cultura a anunciar uma avaliação.

No domingo, a tutela emitiu um comunicado indicando que a Direção-Geral do Património Cultural "vai avaliar em detalhes os danos e a necessidade de alterar a musealização da exposição, que foi inaugurada este verão, por forma a prevenir acidentes”.

Mas por agora, o diretor garantiu que a exposição vai continuar aberta ao público, na sequência da retirada da peça: "Agora temos de nos concentrar na etapa seguinte, após a avaliação dos estragos e iniciar o processo de restauro da escultura para que ela volte à fruição pública o mais próximo possível", apontou.

Após seis meses de obras, o terceiro piso do museu - dedicado à pintura e escultura portuguesas - reabriu com um novo percurso da exposição permanente, com 243 obras, na maioria pintura (152 peças), e um terço de escultura (91 peças) de autores portugueses, do século XIV ao XIX.