“Quero expressar que condeno todos os atos de violência ocorridos no país. Sou uma mulher de paz e expresso os meus mais sentidos pêsames pelas 26 pessoas falecidas durante os acontecimentos violentos no país”, disse a procuradora-geral da Venezuela.

Luísa Ortega Díaz falava numa conferência de imprensa em Caracas, durante a qual realizou um balanço das investigações do MP sobre as recentes situações de violência no país.

“A política não deve conduzir-nos à guerra, é a confrontação de ideias”, frisou.

A procuradora-geral explicou que 473 pessoas ficaram feridas durante os protestos e que 1.289 foram detidas pelas autoridades mas podem ou não ser acusadas. Outras 65 estão oficialmente privadas de liberdade.

Segundo Luísa Ortega Díaz, o MP tem zelado pela integridade dos detidos.

“Há muitas coisas para investigar, apenas estamos começando e estamos trabalhando para sancionar os responsáveis, para que não haja impunidade. Temos acompanhado também os familiares e estamos investigando os danos a propriedades públicas e privadas”, sublinhou.

A procuradora vincou que tanto o Governo venezuelano como a oposição devem esforçar-se para retomar o diálogo.

“Requeremos voltar ao diálogo, para construir agendas que permitam saídas democráticas. Ninguém deseja um cenário de confrontação bélica. A paz não se decreta, constrói-se com ações e na Venezuela devemos deixar de nos vermos como inimigos, temos que terminar com as diferenças políticas”, disse.

A última vítima das manifestações na Venezuela foi identificada como Orlando Johan Jhosep Medina, de 23 anos. Participava hoje numa manifestação ocorrida na avenida El Tucuyo, no estado de Lara (centro do país).

As primeiras investigações dão conta de que a vítima foi assassinada por um tiro de espingarda.

Desde 04 de abril que as manifestações a favor e contra o Governo venezuelano se têm intensificado.

A oposição tem protestado para exigir a convocação de eleições gerais no país, a libertação dos presos políticos e o fim da repressão.

São também contestadas duas recentes sentenças em que o Supremo Tribunal de Justiça concede poderes especiais ao chefe de Estado e limita a imunidade parlamentar.