“Levantei todas as restrições. Recuperámos o controlo da fronteira e vamos passar para uma ofensiva total”, disse Gallant durante uma reunião com militares israelitas e tropas de elite perto da fronteira com Gaza.

“Lutaram com grande valentia. Viram contra quem combatemos, contra animais humanos”, disse o ministro, ao caracterizar os combatentes do Hamas como o “Estado Islâmico” de Gaza.

“Devido à vossa heroica ação, tereis o direito de alterar a realidade aqui. Vereis a transformação. O Hamas quis uma mudança, e vai mudar 180 graus em relação ao que pensavam. Vão arrepender-se desse momento. Gaza nunca voltará a ser o que era”, prometeu Gallant.

“Não podem ser assassinadas crianças israelitas no campo e permitir que o Hamas continue a existir. Levantei todas as restrições: quem combater contra nós será morto, e usando todos os meios”, insistiu o ministro.

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade Al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”, e declarou guerra ao Hamas.

O número de vítimas do ataque surpresa do Hamas ultrapassa os 900 mortos e os 2.400 feridos, cerca de 500 em estado grave, segundo os dados mais recentes de fontes oficiais israelitas.

Do lado palestiniano, os bombardeamentos aéreos israelitas provocaram pelo menos 830 mortos em Gaza, na maioria civis, segundo os responsáveis locais.

A este número associam-se os cerca de 1.500 combatentes do Hamas que morreriam durante o ataque nos posteriores combates em território israelita, segundo indicou o Exército judaico, que hoje diz ter recuperado o controlo da zona fronteiriça.

Durante a incursão em território israelita, o Hamas fez mais de uma centena de reféns, civis e militares, que levou para a Faixa de Gaza.

Os habitantes de Gaza têm assinalado que os bombardeamentos aéreos efetuados desde segunda-feira são muito diferentes dos efetuados em anteriores confrontos, por se revelaram muito mais destrutivos e lançados sem aviso prévio, como era habitual nas operações israelitas no passado.

Sob controlo do Hamas, Gaza é um território com 41 quilómetros de comprimento e 10 quilómetros de largura, situado entre Israel, o Egito e o Mar Mediterrâneo.

O enclave tem cerca de 2,3 milhões de habitantes e está sob um bloqueio israelita desde 2007.