"Não vi nenhum sinal de descortesia ou de menos cortesia no parlamento", afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, questionado pela Lusa sobre a decisão dos deputados do Bloco de Esquerda de permanecerem sentados e sem aplaudir o discurso de Felipe VI na Assembleia da República, esta quarta-feira, no terceiro e último dia de uma visita de Estado dos reis espanhóis a Portugal.

No final do discurso, os deputados comunistas levantaram-se, mas não aplaudiram, enquanto as bancadas parlamentares do PS, PSD e CDS-PP saudaram a intervenção do rei espanhol com aplausos e de pé. Os membros do Governo também bateram palmas.

Um aplauso que, comentou o ministro, foi "particularmente vibrante" e que se prolongou por "muitos minutos", como uma demonstração da "grande simpatia" pelo chefe de Estado espanhol.

A atitude do Bloco de Esquerda suscitou críticas, nas redes sociais, nomeadamente de deputados do PS e do PSD, que acusaram os bloquistas de falta de educação e de desrespeito aos monarcas espanhóis.

Os eleitos do BE também não participaram na sessão de cumprimentos a Felipe VI e Letizia.

Santos Silva referiu que, quer quando os reis entraram no hemiciclo quer quando foram tocados os hinos português e espanhol, todas as bancadas parlamentares se levantaram.

Sobre a reação ao discurso do rei, o ministro afirmou que os deputados "aplaudem ou não aplaudem, de pé ou sentados, na medida do entusiasmo que o discurso lhes suscita".

"Era o que faltava estarmos todos obrigados a aplaudir", disse.

Os reis de Espanha visitaram Portugal entre segunda e quarta-feira, tendo passado pelo Porto, Guimarães e Lisboa.