O presidente do PSD, Luis Montenegro, considerou hoje que o anúncio do Governo de que o próximo Orçamento de Estado não terá cativações é “um pedido de desculpas” por ter cobrado impostos a mais nos últimos oito anos.

“Não é nenhuma novidade de realce. Isto é quanto muito um pedido de desculpas do Governo socialista, do ministro das Finanças, do primeiro-ministro sobre aquilo que andou a fazer nos últimos anos, que foi cobrar impostos a mais e a fazer investimentos a menos”, afirmou o responsável social-democrata no âmbito da visita que efetuou a uma empresa ligada à exploração petrolífera localizada na Zona Franca Industrial da Madeira, no Caniçal.

Luis Montenegro falava sobre o anúncio feito pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, no programa “Tudo é Economia” da RTP que vai ser ainda transmitido.

Para o dirigente nacional do PSD, “mal era que o Estado em cima disso ainda cativasse os investimentos, os ministérios ainda ficassem com verbas a transitar de um ano para o outo para o ministério das Finanças poder ter o ascendente de controlo, daquilo que são os investimentos”.

“Os portugueses pagam mais impostos do que aqueles que precisavam pagar. No ano passado, o Estado cobrou em receita fiscal e contributiva, de mais 9.000 ME que aquilo que já era muito, que era um recorde que estava previsto no Orçamento”, salientou.

Segundo o líder social-democrata, “nos primeiros quatro meses deste ano, o aumento da receita fiscal e contributiva esgotou já aquilo que era a previsão de todo o ano 2023”.

Montenegro defendeu que “os portugueses precisam efetivamente é de recuperar o atraso de todos os investimentos que ficaram cativados nos últimos oito anos”.

Também argumentou que Portugal tem, neste momento, um Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que é “um orçamento retificativo socialista porque visa precisamente financiar todas as obras que ficaram engavetadas nos últimos oito anos para que o PS pudesse cumprir os seus objetivos financeiros”.

“Nós temos alertado para uma situação que é absolutamente asfixiante que é o facto dos portugueses estarem a pagar demasiados impostos”, enfatizou.

Luis Montenegro sublinhou que a competitividade fiscal “do ponto de vista nacional tem sido utilizado de forma absolutamente abusiva”.

O líder do PSD termina hoje uma visita de quatro dias à Madeira, no âmbito do programa “Sentir Portugal” que começou domingo com a participação na festa anual da estrutura regional do partido, na herdade do Chão da Lagoa.