Luís Montenegro visitou hoje de manhã o Mercado da Brandoa, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, esta semana dedicada ao distrito de Lisboa, e foi abordado por uma mulher, que acusou esse executivo de ter cortado a pensão do seu marido e ter sido o Governo de António Costa a repô-la.

Logo nessa ocasião, o presidente do PSD explicou à popular que o executivo PSD-CDS só cortou pensões acima dos 1.300 euros e porque o anterior Governo do PS, liderado por José Sócrates, tinha assinado um memorando financeiro com a ‘troika’ para assegurar ajuda externa ao país.

Já no final da iniciativa, em declarações aos jornalistas, Montenegro disse não temer que esse passado o venha a perseguir, já que era líder parlamentar nesse período.

“Pelo contrário, eu gosto muito de ser confrontado com aquelas que são as perceções erradas que pessoas têm sobre nós, porque é com essa confrontação que consigo explicar o que aconteceu”, respondeu.

O presidente do PSD referiu que, apesar de o primeiro-ministro continuar a “instigar essa mentira”, foi um Governo socialista de que António Costa fez parte que “obrigou a tomar medidas financeiras de restrição” e foi o executivo PSD/CDS-PP que recuperou o país.

“Eu não desconheço que as pessoas sentiram profundamente essas restrições, mas é preciso explicar e dar a cara por elas”, disse, acrescentou que o governo socialista que se seguiu “usufruiu e desbaratou” o trabalho feito por Passos Coelho.

Montenegro foi mais longe: “Eu ando na rua de cara levantada para responder às dúvidas das pessoas, não ando aqui só à espera de receber beijinhos e abraços e desejos de boa sorte, felizmente que esses são a maioria”, disse.

Na visita ao mercado da Brandoa, Montenegro esteve acompanhado por vários dirigentes locais, incluindo Susana Garcia, que foi a candidata do partido nas últimas autárquicas à Amadora e, na altura, elogiada pelo Chega.

Questionado se esse não é um sinal contraditório para os eleitores, depois de ter dito não querer apoio de políticos racistas ou populistas (no que foi entendido como uma demarcação do partido de Ventura), Montenegro respondeu que está “com dirigentes e autarcas do PSD com todo o gosto e todo o respeito pelos valores do PSD”.

“Eu estou em casa, só é confuso para quem quer confundir”, disse, salientando que, no mercado da Brandoa, “onde o cidadão comum vem às compras” ninguém lhe perguntou por coligações ou estratégias eleitorais, considerando que isso é apenas preocupação de “um movimento mediático que vive numa bolha”.

Questionado se irá levar esse enquadramento à audiência com o Presidente da República, hoje às 15:00, Montenegro respondeu que esse é o enquadramento da sua atividade política.

“É este o PSD que eu quero, que vive a vida das pessoas comuns e não a vida das pessoas que falam na comunicação social”, enfatizou.

Sobre as relações com Marcelo Rebelo de Sousa, de quem na semana passada divergiu sobre o facto de o PSD já ser alternativa ao Governo, Montenegro deu uma resposta curta: “Por mim estão ótimas”.