Classificada como Monumento Nacional desde 1924, a Casa do Alcaide-Mor, em Estremoz, foi demolida em abril. De acordo com o Público, o espaço — que estava abandonado e em estado decadente desde os anos 30 — vai dar lugar a um hotel de charme e a habitações turísticas.

Segundo a DGPC, o edifício em questão terá pertencido, já em finais do século XVI, a uma filha de Febo Moniz, fidalgo da corte de D. Sebastião e procurador nas Cortes de Almeirim de 1580.

Já em estado devoluto, a Casa do Alcaide-Mor de Estremoz foi adquirida em hasta pública por 180 mil euros pelo antigo presidente da Portucel e ex-administrador da EDP Jorge Godinho.

Ao jornal, Vítor Cóias, especialista na requalificação e reabilitação de património, critica algumas opções do projeto assinado por Siza Vieira e Carlos Castanheira, apresentado em 2019. "Pode-se demolir um monumento nacional e substituí-lo por uma réplica com estrutura de betão armado? Pode, como se demonstra com a Casa do Alcaide-Mor da Cidadela de Estremoz", disse.

Contudo, apesar da polémica que vem já desde o tempo da compra da casa, "foram guardadas as cantarias para serem incorporadas na nova fachada". Também José Sádio, presidente eleito da Câmara de Estremoz, explicou que a situação era já "irreversível", mas que "foi mapeada toda a estrutura [da fachada do edifício], para que possa ser construída igual à que estava".

No processo esteve também envolvida a Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCALEN), que o desmonte parcial da fachada e de outros elementos no interior "foi aprovado” por despacho da Direcção-Geral do Património Cultural em junho de 2020.

Um dos motivos para esta decisão foi o facto de o edifício apresentar "diversos danos e patologias estruturais muito preocupantes", que originavam "graves questões de segurança estrutural e inviabilizavam a sua recuperação", segundo a DRCALEN.