Falando numa reunião descentralizada da Câmara de Lisboa, Mara Castilho, da associação Vizinhos de Alcântara, referiu um novo “complexo enorme”, que se localizará em frente ao Lx Fatory e que albergará comércio e um banco.

Na sessão, dedicada a ouvir os munícipes das freguesias de Alcântara, Ajuda e Belém, a munícipe destacou também outros edifícios, como o do novo hospital da CUF, que “está a afetar o Miradouro das Necessidades”, e o novo edifício da EDP, que se vai localizar atrás da sede, e prejudicará as vistas do Miradouro de Santa Catarina.

“Nós não estamos aqui a dizer que não queremos desenvolvimento. Mas há que aumentar o desenvolvimento e manter o antigo. Nós não podemos destruir isto”, disse Mara Castilho.

“Porque não fazer complexos que não sejam tão grandes, que não sejam tão altos?”, questionou ainda.

A moradora defendeu também que os projetos devem ser abertos aos munícipes, pedindo à autarquia um maior envolvimento da população.

Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), sugeriu a realização de um encontro, no qual “os departamentos da autarquia podem explicar as opções que foram tomadas”.

O chefe do executivo municipal referiu também que “este processo todo de Alcântara” já se iniciou há muito tempo, sendo “uma área que teve para o seu desenvolvimento inúmeras propostas”.

Por seu turno, o vice-presidente da autarquia, João Paulo Saraiva (independente, eleito pelo PS), vincou que todos os processos referidos tiveram “um percurso de consulta pública e de decisões nos órgãos municipais, alguns deles, nomeadamente o Plano Pormenor de Alcântara, com um grande consenso nos órgãos municipais”.

Já o presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, Davide Amado (PS), lembrou que o plano prevê um centro de dia naquela zona, manifestando preocupação com o facto de a câmara ainda não ter prestado informações acerca do local para a instalação do equipamento.

“É algo que nos preocupa porque estamos a meio do mandato”, sublinhou Davide Amado.

Na sessão, Fernando Medina anunciou ainda que já há um acordo com o Ministério da Defesa relativamente à cedência à Câmara de Lisboa e à Santa Casa da Misericórdia do edifício do antigo Hospital Militar, na freguesia da Ajuda.

Segundo o autarca, o antigo hospital vai ser transformado “numa unidade de cuidados continuados na parte do hospital e num centro de utilização e de fruição pela população na zona do antigo convento”.